Sixth

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Passaram-se exatamente quinze dias desde que cheguei no castelo. Depois do infeliz incidente do nosso beijo, Maxon não tocou mais no assunto, na verdade, senti que ficou distante de mim. Eu deveria agradecer por ele esquecer aquilo, mas senti como se uma parte de mim estivesse quebrada.

Hoje recebemos a visita de seus outros irmãos: Louis com sua esposa Livia e Betânia a caçula da família. Maxon me contou que seu irmão é agricultor e mora numa fazenda, já a irmã, é estudante de jornalismo.

Louis é bem diferente de Maxon; ele gosta de cavalgar, arar o campo, pães e frutas frescas. Já o outro, prefere a vida rotineira da cidade Grande, embora, seu amor verdadeiro seja o vinhedo que cultiva na fazenda do irmão. Tive que fingir ciúmes nessa hora o que tirou risadas de todos, mas no fundo, não estava mentindo cem por cento.

Passamos a tarde toda conversando, contei sobre minha família, minha irmã, meu sobrinho que está a caminho e todos ficaram surpresos quando contei que somos gêmeas. Betânia pediu para conhecer Rachel, já que ambas tinham uma personalidade parecida. Eu prometi que iria dar um jeito e ela me agradeceu animada.

A família dele era bem diferente do que eu pensava. Tão unida. Diana passou a tarde toda contando sobre seus feitos de adolescente e como conheceu Anthony por coincidência do destino. Eu nem mesmo sabia como meus pais se conheceram! E eles não se olhavam com tanto amor como via nos olhos deles.

Ali eu me sentia em casa. Mas era temporariamente.

Em certo momento após o jantar, pedi licença e sai da sala apressada. Eu me sentia uma intrusa, alguém que invadiu o espaço pessoal de outro alguém. Corri até a varanda do andar superior e tentei respirar o ar livre. Meu peito se oprimia ao redor do coração e quase sufoquei angustiada. Minha visão ficou turva com borrões de lágrimas se acumulando.

Mas que merda estava acontecendo comigo?

Não se passaram nem dez minutos e escutei a porta lateral se abrir e uma mão suave tocar meu ombro.

— Está tudo bem Rosie? — Diana parecia preocupada.

Funguei e toquei minha face tentando me recompor.

— Está sim Diana, não se preocupe, não é nada demais.

Ela suavizou o olhar e sorriu.

— Eu sei que você e Maxon estão passando por momentos difíceis, todo casal tem seus problemas querida — ela limpou outras lágrimas que caíram — Mas também sei, que apesar das dores o amor sempre prevalece! Eu vejo nos olhos do meu filho sempre que esta por perto... o quanto ele te ama.

Desviei o olhar, ela não sabia que era muito mais que isso. Estávamos em um teatro que já perdia seu enredo principal.

— Eu não queria causar problemas, me desculpe por sair assim.

— Não seja boba — ela riu e o som me acalmou — Sou sua sogra, mas que isso, já vejo você como minha filha! Não sei o que aconteceu entre você e meu filho, mas não deixe que este momento de incerteza te impeça de ser feliz.

Concordei com a cabeça e suspirei. Eu queria ter uma resposta, geralmente eu sempre tenho a última fala. Mas pela primeira vez, eu fiquei muda. Paralisada.

— Preciso voltar, mas pense no que falei, é melhor um coração limpo por ter tentado e fracassado do que uma consciência arrependida pelo medo. — Ela me lançou um último olhar e depois saiu.

Eu fiquei refletindo sobre suas palavras e desde que cheguei achei que sabia exatamente o que queria: acabar de vez com aquele teatro e ir pra casa.

Mas que casa?

Será que se eu tentasse as coisas ficariam melhores ou piores?

AGR, quantas perguntas... o que Rachel faria? 


(613 palavras)

CONTRATO DUPLOOnde histórias criam vida. Descubra agora