Eu mato Rachel.Durante 15 anos da minha pacata existência, eu sempre soube que seria uma exímia Advogada, eu sou calma, paciente e muito determinada. Ouso dizer que até mesmo sei a última cartada de todas as situações para manter tudo sob controle.
Mas até meros mortais tem seus defeitos. E o meu tinha um nome em específico.
Após a notícia bombástica que minha irmãzinha me deu, concordamos que eu ficaria em seu lugar na condição de que ela cortasse sua vida noturna e arranjasse um emprego. Em troca, eu tomaria as rédeas da outra situação.
Mas já estava me arrependendo amargamente. Eu juro que mato aquela garota imatura.
Rachel não contou a Maxon sobre sua irmã gêmea e agora, o playboy usa cada milésimo de segundo para me perturbar. Começou no avião, assim que decolamos mas meu medo de altura me impedia de processar qualquer brincadeirinha. Ele notou meu desconforto quando não retruquei sua terceira tentativa então, segurou minha mão quase o voo inteiro. Isso o fez abrir aquele sorrisinho de canto arrogante. Petulante!.
Depois que pousamos, ele me levou até sua humilde casa — ou era o que ele dizia — com marcas rústicas e blocos antigos dava a impressão de um castelo. Fiquei maravilhada, mas é claro que não admiti e fingi que não estava encantada.
Mais a fundo, conheci o mordomo, os empregados, os cozinheiros e fiz uma amizade com a Sra. Izzy, uma das auxiliares na cozinha. Senhora muito simpática por sinal.
Depois, ele me levou ao quarto que dividiríamos, onde deixou nossas malas.
— Vou descer avisar meus pais que chegamos, use este tempo livre para tomar banho e se arrumar, o jantar será às sete... — ele orientou e me pegou desprevenida quando tocou meu nariz e sorriu daquele jeito cafajeste. — Não se atrase Sra. Russel...
AGR, como ele conseguia me tirar do sério.
— Temos que conversar Maxon, preciso que saiba de algo.
Ele fez um gesto qualquer com as mãos.
— Depois, primeiro você tem que conhecer meus pais e lembre-se seja gentil, ou eles vão notar que tem algo errado — balancei a cabeça, o que ele quis dizer com isso? — Sorria, não fique seria, faça igual quando te vi naquele balcão, sorridente e falante. Mas não exagere. Volto daqui a pouco.
— Mas Max...
Ele não me deixou terminar, virou as costas e sumiu em um dos intermináveis corredores daquela casa. Baguncei meus cabelos frustrada. Era uma mania minha. Me virei para a janela e ouvi vozes de pessoas aleatórias. Havia uma senhora brincando com seu cachorro no jardim, pelos cabelos longos caramelizados e a pele pálida, imaginei que fosse sua mãe. E abri um sorriso de canto quando vi Maxon se aproximar dela e lhe beijar a cabeça, ela sorriu em resposta e puxou o filho para um abraço apertado.
Fiquei olhando aquela cena, imaginando se Rachel também seria assim com seu filho e desejei que ela criasse um pouco de juízo. Neste exato momento os olhos verdes intensos encontraram os meus novamente, me prendendo numa teia imaginária. Meu coração deu um salto no peito e me peguei pensando; Será que um dia eu também teria um filho para abraçar e chamar de meu?.
Balancei a cabeça, que tolice. Estou aqui por um motivo. Preciso me concentrar nele.
Pisquei e me afastei da janela rapidamente me direcionando ao banheiro. Para evitar um problema maior que envolvesse meu coração, o melhor a se fazer era manter distância de Maxon.
~~~ * ~~~
A noite chegou rápido. Me arrumei em poucas horas e não me preocupei em usar roupas extravagantes. Discreta e neutra. Um vestido longo e cabelos alisados. O loiro escorria como água pelas costas. Um salto médio. Sem muita maquiagem.
Desci pelas escadas e quase me perdi. Maxon me deu uma rápida análise do castelo. Mas não gravei muitos locais.
Cheguei no salão de jantar e me surpreendi ao deparar com ele vestido elegantemente e perdi o fôlego. Como estava lindo!. Meus pés agiram no automático parando a sua frente.
Seus olhos percorreram cada fibra do meu corpo enquanto me aproximava mais e um brilho sugestivo tomou as íris esverdeadas, céus, ele parecia me despir.
— Esta linda... — seu elogio me causou uma agitação no estômago e quase sorri até ele completar: — ..... Rachel.
Isso me lembrou do outro detalhe.
— Precisamos conversar, tenho algo para te contar.
Ele colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha e se aproximou sussurrando bem baixo:
— Depois, temos outros planos agora — meu corpo inteiro se arrepiou e estanquei — Sorria, lembre-se do trato, depois conversaremos.
Ele enlaçou nossos braços e me guiou até a mesa.
— Querida, esta é minha adorável mãe, Diana Russel — a mulher que vi mais cedo, ela me sorriu simpática — Mãe está é minha noiva, Srta. Rach...
— Rosaline Stewart — me apressei em me apresentar e estendi minha mão em cumprimento, Diana a apertou. Não ousei olhar para Maxon mas tinha certeza que estava confuso. — É um prazer conhecê-la Sra. Russel, é ainda mais bonita pessoalmente.
Ela fez um gesto gracioso com a mão.
— Oh obrigada querida, seja bem vinda a nossa humilde casa — piscou o olho para mim — Sei que Max deve ter colocado minhocas na sua cabeça, mas sinta-se em casa, me chame apenas de Diana daqui pra frente está bem?
Concordei com um sorriso tímido.
— Este é meu marido, Anthony Russel — Diana me apresentou ao homem ao lado que parecia muito com Maxon.
— Bem vinda Rosaline, estamos felizes em ver que Maxon finalmente parou com as saidinhas, somos gratos a você. — apesar de ser gentil, ele tinha uma voz autoritária.
— Ah, podem me chamar de Rosie, estou feliz em poder conhecê-los, eu e Max estamos muito animados com o casamento, certo meu amor? — finalmente olhei para ele pedindo em silêncio que apenas entrasse no personagem. Graças a Deus ele intendeu.
— Sim estamos, Rach... Hã.. Rosie, estava ansiosa para conhecê-los — sua voz estava branda.
— Bom, fique a vontade — Diana disse. — Agora vamos comer antes que esfrie, espero que goste de Raviolle á Carbonara, temos um ótimo arsenal de vinhos italianos também, nossa cidra é a mais vendida no país.
— Nunca provei nada parecido, mas tenho certeza que irei amar. — peguei a mão de Maxon e puxei-o para sentar-se.
Quando todos já estavam em seus lugares, Diana chamou o mordomo e pediu que trouxessem os pratos, nesta hora Max cutucou meu ombro e sussurrou:
— Que história é essa de Rosaline?
Me aproximei de seu ouvido e falei baixo suficiente para somente ele ouvir:
— Temos que conversar depois.
Ele ainda estava confuso mas concordou. Ao final daquela noite, eu tinha dois problemas para resolver:
A duplicidade de minha identidade e a cama que teríamos que dividir.
A noite será longa.
(1115 palavras)
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CONTRATO DUPLO
RomanceRachel Stewart é uma mulher difícil de lidar e também, muito baladeira. Rosie Stewart é totalmente o seu oposto. Quieta e reservada. Uma advogada de respeito. Quando Rachel acorda numa cama de hotel com sete garrafas de tequila esparramadas e duas...