Testes

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O ar frio entorpecia a pele exposta do rosto, mas o orgulho não permitiria sair sem entrar, não quando finalmente achou o ninho da cobra, destacado pelo brilho amarelado que vinha do interior da caverna. Devia fazer jus aos rumores, para conseguir fazer o gelo do interior brilhar à toa daquele jeito.

A entrada ficava no meio de uma subida ingrime, mas assim que entrou se deparou com uma descida tão discreta que não haveria problema algum para se equilibrar, formando um corredor estreito.

No meio do corredor, uma pessoa estava sentada, e ele soube imediatamente que não tinha vida. Usava o que claramente era para ser roupa interna, o resto com certeza tirado depois do fim, o cabelo salpicado de neve e as mãos roxas deixando claro a quanto tempo estava ali.

Não o abalou, corpos sem vida eram longe de incomuns nesse tipo de trabalho.

Mais apareciam conforme entrava, braços, pernas e pescoços torcidos para deixar claro que não foram mortes naturais, alguns despidos, membros se tornando escuros expostos.
Mais a fundo, o corredor se tornava mais largo, e os modos de exibir os seus predecessores mais criativos: havia uma mulher pendurada pelo pescoço em uma estalactite de gelo, colo e mandíbula completamente denegridos e cadarços das botas amarrados com lacinhos aos tornozelos; mais a fundo, um homem com uma estalagmite entrando pela pelve até sair pela boca, gotas de sangue distribuídas pelo interior amarelado do gelo; em outro ponto, uma outra pessoa havia sido pregada ao teto com sete colunas, uma em cada membro, duas no tronco, o que foi necessário, já que os membros e cabeça haviam sido separados do tronco; outro recebeu também colunas, mas em vez de desmembrado, teve o tronco aberto e as costelas puxadas, as entranhas decoradas com estalactites vermelhas; outra também havia sido penetrada pelve primeiro com estalagmite, mas em vez da boca, saiu pela cabeça e divergiu em outras, que levaram orelhas, olhos e pedaços de crânio consigo.

Alguém com certeza não gostava de visitas.