Tempestade Interior

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A discussão entre Jisung e Minho deixou o ar carregado de tensão e emoção. Jisung se viu revirando as palavras de Minho em sua mente repetidas vezes, cada uma delas cortando mais fundo que a anterior. Ele se sentia traído, magoado, e acima de tudo, incompreendido. A chuva que caía ao seu redor parecia simbolizar a tempestade que se instalara dentro dele.

Os dias que se seguiram foram sombrios para Jisung. Ele se fechou para o mundo ao seu redor, envolvendo-se em uma bolha de solidão e tristeza. Evitava contato visual com seus colegas de classe, ignorava as tentativas de seus amigos de animá-lo e se esquivava de qualquer conversa que não fosse absolutamente necessária.

A namorada de Minho, cujo nome Jisung mal conseguia lembrar, tentou se aproximar dele, talvez em um gesto de reconciliação ou de compaixão. Mas suas palavras não foram bem recebidas por Jisung, que ainda estava ferido pela briga com Minho.

"O que você quer agora?" ele rosnou quando ela se aproximou dele na sala de aula, os olhos injetados de raiva.

Ela recuou, surpresa pelo tom agressivo de Jisung. "Eu... Eu só queria me desculpar. Eu não queria que as coisas escalassem tão rápido entre você e Minho."

"Você acha que um pedido de desculpas vai consertar tudo?" Jisung disparou, sua raiva borbulhando à superfície. "Você está enganada."

Ela deu um passo para trás, a expressão magoada. "Eu só queria ajudar, Jisung. Não sei o que mais posso fazer."

"Você não pode fazer nada!" Jisung explodiu, a dor e a frustração transbordando de suas palavras. "Você acha que pode simplesmente vir aqui e consertar tudo? Não funciona assim!"

A sala ficou em silêncio, todos os olhares voltados para Jisung e a namorada de Minho. Jisung sentia o peso do julgamento em cada olhar, mas estava muito consumido pela sua própria dor para se importar.

Ela finalmente se virou e saiu da sala, deixando Jisung sozinho em sua raiva e tristeza. Ele se sentou em sua carteira, o peso da depressão pesando em seus ombros, afastando-se ainda mais da multidão da escola, isolando-se em sua própria escuridão.

Enquanto isso, Minho sentia um peso em sua consciência, uma culpa que o corroía por dentro. Ele tinha sido duro demais com Jisung, suas palavras impensadas infligindo mais dor do que ele imaginara. Ele se perguntava se poderia ter lidado com a situação de forma diferente, se poderia ter sido mais gentil, mais compreensivo. Mas agora era tarde demais para voltar atrás.

Enquanto o dia dava lugar à noite e a chuva continuava a cair lá fora, Jisung e Minho estavam ambos mergulhados em suas próprias tormentas internas, cada um lutando para encontrar uma maneira de superar a tempestade que os separava. E no meio dessa escuridão, uma pequena faísca de esperança brilhava fraca, uma promessa de que, talvez, o sol pudesse brilhar novamente um dia.

Minho sabia que precisava fazer as pazes com Jisung, não podia suportar mais a dor de vê-lo assim. Ele decidiu procurar Jisung depois das aulas, esperando encontrar um momento para se desculpar.

Encontrou-o nos corredores desertos da escola, os ombros curvados sob o peso da tristeza. "Jisung," Minho chamou, sua voz um sussurro carregado de arrependimento.

Jisung virou-se lentamente, seus olhos cheios de uma mistura de desespero e raiva. "O que você quer agora, Minho?"

"Eu... Eu vim pedir desculpas," Minho começou, sua voz vacilando. "Eu sei que fui duro demais com você, e eu... eu sinto muito."

Jisung não queria ouvir desculpas. Ele estava cansado das palavras vazias, das promessas quebradas. "Desculpas não vão consertar nada," ele rosnou, sua raiva borbulhando à superfície.

Por que ele não é meu?Onde histórias criam vida. Descubra agora