A noite caía sobre a cidade como um manto pesado de sombras, cobrindo as ruas com um silêncio que contrastava fortemente com a tormenta que se desenrolava no coração de Jisung. Em seu pequeno apartamento, as paredes pareciam apertar-se contra ele, ecoando a pressão que sentia em seu peito.
Jisung estava deitado em sua cama, os olhos fixos no teto escuro. Cada pensamento que cruzava sua mente era um turbilhão de dúvidas e ressentimentos que lutava para entender. O evento daquela tarde, o resgate de Minho e sua ex-namorada, repercutia em sua cabeça como um gongo, alto e ressonante.
Enquanto isso, Minho, tendo deixado a ex-namorada em um hospital local e assegurado que ela receberia cuidados adequados, sentia o peso de suas próprias ações. Ele sabia que precisava falar com Jisung, explicar-se, talvez até se desculpar, mas como começar? Como poderia ele consertar o que havia sido quebrado entre eles?
Com passos hesitantes, Minho se aproximou do apartamento de Jisung. O medo de ser rejeitado o consumia, mas a necessidade de acertar as coisas era maior. Ele levantou a mão para bater, mas a porta já estava entreaberta. Respirando fundo, Minho entrou.
Jisung ouviu o som da porta e seu corpo ficou tenso. Ele se sentou na cama, seus olhos encontrando os de Minho. O silêncio entre eles era palpável, carregado de palavras não ditas e emoções não resolvidas.
Minho começou com hesitação. "Jisung, eu... eu sinto muito. Eu nunca quis te fazer sentir que você não é importante. A situação com ela, foi algo que eu não esperava."
Jisung mordeu o lábio inferior, lutando contra a maré de emoções. "Você a ajudou, Minho. Mesmo depois de tudo o que ela tentou fazer. Isso me faz pensar..."
"Não pense que isso significa alguma coisa sobre nós," interrompeu Minho, dando um passo em direção a Jisung. "Você é quem eu escolhi, com quem eu quero estar. Ela faz parte do meu passado, um passado do qual estou tentando me desvencilhar."
Jisung olhou para Minho, procurando sinais de sinceridade em seu rosto. Era evidente o arrependimento nos olhos de Minho, e isso amaciou o coração de Jisung. "Eu quero acreditar em você, Minho, realmente quero. Mas isso dói, você sabe?"
Minho se aproximou ainda mais, uma mão estendida em súplica. "Eu sei, e eu odeio ter sido a causa dessa dor. Vamos consertar isso, por favor. Eu te amo, Jisung, mais do que qualquer coisa."
As palavras de Minho, carregadas de emoção e verdade, finalmente quebraram as últimas barreiras em Jisung. Ele permitiu que Minho o abraçasse, envolvendo-o em seus braços como se quisesse protegê-lo de mais tormentas.
Ali, no pequeno apartamento, enquanto a cidade ao redor continuava seu ritmo noturno, Minho e Jisung encontravam um momento de paz. Eles sabiam que haveria desafios pela frente, mas também sabiam que, enquanto estivessem juntos, poderiam enfrentar qualquer coisa.
As palavras de amor e reconciliação ainda ecoavam no ar quando, de repente, um estalo de tensão cortou a atmosfera serena. Minho sentiu uma onda de frustração e raiva subindo dentro de si, uma mistura explosiva de emoções que ele mal conseguia conter.
"Como você pode continuar duvidando de mim?", Minho explodiu, sua voz carregada de indignação. "Eu fiz tudo o que pude para te provar o contrário, e mesmo assim você ainda duvida de mim!"
Jisung recuou diante da intensidade da explosão de Minho, seus olhos se arregalando de choque. Antes que pudesse responder, Minho avançou em sua direção, sua mão se erguendo num gesto de raiva e desespero.
O estalo do golpe reverberou pelo pequeno apartamento, ecoando como um trovão silencioso na mente de Jisung. Ele sentiu a dor física do golpe, mas foi a dor emocional que o atingiu com mais força. Minho, seu amado Minho, o havia atingido, deixando uma marca física e emocional que ele sabia que não desapareceria tão cedo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Por que ele não é meu?
Hayran KurguJisung, o garoto mais manhoso da cidade, escondia um segredo: estava apaixonado por Minho, o queridinho de todos, que já tinha namorada. Apesar de seu jeito travesso, Jisung sabia que alguns sonhos pareciam distantes demais para serem alcançados. No...