Cap. 15 | Expo, Nita, e... Vamos para casa. (Part. 1)

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Kornkamon Phetpailin;

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Kornkamon Phetpailin;

Voltar a casa dos meus pais é algo que nunca passou pela minha cabeça, mas situações extremas te empurram de encontro a medidas desesperadas. E eu me sinto assim agora. Desesperada. Por privacidade. Para que me deixem em paz. Tanto a mídia, quanto os pensamentos que me atormentam.

É curioso – quase irônico – que a solução para as minhas dores de cabeça e preocupações pelo futuro da minha carreira tenha se tornado uma enxaqueca crônica. É sufocante. Não sei definir se pela perseguição midiática – que nunca havia sido um problema para mim – ou por como minha mãe me cercava com aquele jeito preocupado de ser.

Agora, encarando o vestido vinho sobre a cama, sabendo muito bem que um futuro tranquilo estava prestes a se tornar um sonho distante, nada nele me causa o efeito que deveria. Os detalhes, o brilho, a fenda linda e bem desenhada. Nada disso me encanta como faria em outra situação.

— Está pronta? — A voz da minha mãe sucede duas batidas rápidas na porta. — Ainda não se vestiu?!

Olho para ela, surpresa pela preocupação. Poderia jurar que nessa quase uma semana em que voltei a compartilhar o teto com ela e com o meu pai, essa polêmica e esse evento eram as últimas situações na qual ela gostaria de me ver envolvida.

— Vou me arrumar agora. — Desenrolo a toalha do cabelo e caminho até a penteadeira. Mais passos do que o comum do dormitório é dado. Meus dois mundos não costumavam se colidir. O luxo do lugar em que nasci e a realidade mediana na qual vivi os últimos anos são significantes demais para não se deixar estranhar. — Precisa de algo?

— Apenas queria ver como estava. — Ela se senta na lateral da cama e me olha através do espelho. Ainda que de longe. — Animada? É um dia importante. Diferente, eu diria.

— Realmente. — Ri, sem humor. — Mais de um ano sem lançamento, nenhuma parceria ou trabalhos individuais, é realmente diferente.

— Não fale assim. — Seu olhar cerrou e boca retorceu. — As coisas acontecem como tem que acontecer. E, se tudo der errado, você sempre terá seu lugar assegurado na empresa.

— Mãe... — resmunguei. Não queria entrar naquele assunto de novo. Principalmente agora, com tanta coisa na cabeça. — Não vamos falar sobre isso agora, por favor.

— Eu gostaria que você tivesse feito a faculdade de administração, mas você não ouve ninguém. Insistiu em Artes Cênicas. — Respiro fundo uma vez. Duas. — Mas não tem problema. Nada que você não possa aprender com o tempo.

Na terceira, não me contenho. Me levanto de uma vez do banco e a encaro. Seu olhar surpreso e confuso me faz respirar uma quarta vez em busca de controle.

— Minha carreira não acabou. — Digo de uma vez, com a voz baixa entredentes. — Agora, preciso me arrumar, a senhora poderia me dar licença?

Tento soar o mais educada possível. Não ofender. O que não parece funcionar, por mais que ela não externe o que eu sei que está pensando.

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