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"...Jae? Onde você está?"

Jaekyung mal conseguia respirar. Os dedos apertaram firmemente o rádio, pensando se haveria enlouquecido, se era tudo uma alucinação. Não havia como terem escapado, não sabiam sobre o alarme. O rádio apitou mais uma vez, a voz no áudio cortado o fazendo ver que era mesmo verdade, que não era algo de sua imaginação. Apertou o rádio, escutando o silêncio e a voz trêmula.

"Jae?"

Foi quase irônico recordar que Dan uma vez escutou sua voz gravada e detestou, reclamando que o tom era estranho. Naquele instante, aquela era a primeira voz que deu esperança ao lutador, como um chamado para uma rara segunda chance. Jaekyung ergueu o olhar, tendo que agarrar a mochila e se apressar, mais explosões aconteciam, deixando que a fumaça se expandisse como uma neblina espessa nas ruas.

— Dan. Dan! Eu estou na rua leste ao Team Black, onde vocês estão? — apertou o rádio novamente, correndo entre as ruas. O barulho dos prédios caindo chamava a atenção das criaturas, fora as que eram esmagadas. Sem chance de Dan ter fugido para longe, sem chance de isso acontecer com ele ardendo em febre. Aquilo saía do controle rápido demais. Os sons. Jaekyung se abaixou enquanto avançava, o antebraço a frente do rosto tentando se proteger da fumaça, o desespero ardendo ao peito quando olhava em volta, em busca de uma saída. Ofegante, atravessou a rua, olhando as ruínas da academia.

Era uma vida inteira resumida à nada. Agora aquele lugar era uma lembrança antiga, recordava quando foi aceito ali, quando o treinador Namwook viu seu potencial. Foi caótico.

Quando contou sobre ter sido aceito, era uma decisão arriscada. Mesmo com dinheiro, ainda era um universitário e ir para o apartamento, vendo Dan ainda com o avental, terminando o jantar, foi como um momento de decisão. No colégio, tinham planos para morarem juntos e construírem uma vida. Planos demais. Era um bom apartamento, mas tinham metas planejadas. Dan ia de emprego em emprego por causa das reformas, e tudo pela decisão foi feita um ano antes, quando discutiram o que fazer. Dan era simples de entender, desde sempre quis ter uma família por mais brega que soasse isso.

O quarto extra era olhado com carinho, imaginando que um dia falariam sobre planos sobre adotar uma criança. Mas a conversa era sempre deixava de lado. Filhos eram um problema, não por serem jovens demais, mas por Jaekyung tê-lo convencido de que não era uma ideia prática.

"Criar alguém vai tomar muito tempo" Jaekyung dizia, então Dan ficava em silêncio. Logo o quarto que era para aquele sonho de adotarem uma criança acabou se tornando em um plano aberto, talvez o relacionamento já tivesse suas fraturas ignoradas. Ainda mais quando Dan abriu mão das imagens que salvava sobre quartos infantis, e logo aquele quarto era reformado para ser uma sala de estudos. Não dele, de Jaekyung. Foi uma boa ideia de início. "Eu preciso de um escritório" Jaekyung afirmou certa vez, quando ainda estava na faculdade, dizendo os prós daquela decisão.

Já que deveriam focar no que fosse prático.

Por isso, aquela memória era dolorosa. Dan abriu mão do que sempre quis, trabalhou para ajudar na reforma do precioso escritório, para então Jaekyung chegar no jantar, contando que largaria a faculdade para se focar nos treinos como lutador. Ele mudava os planos radicalmente, mas nunca com um ar de "Eu sei que não conversamos sobre isso, mas é algo que eu quero muito" ou um "Você ficaria bem com isso?". Eram apenas afirmações. Então, aquele quarto teve os móveis retirados e foi repleto de equipamentos de treino. Dan nunca reclamava, mas sempre havia uma melancolia quando olhava aquela porta.

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