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Avisos: Morte, enforcamento

Jaekyung ajeitou o casaco antes de encarar o lado de fora do trailer, virou o rosto, vendo Dan ainda na cama pequena demais para ambos

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Jaekyung ajeitou o casaco antes de encarar o lado de fora do trailer, virou o rosto, vendo Dan ainda na cama pequena demais para ambos. Mas era o bastante, Dan parecia mais feliz em torno de várias pessoas. Sem querer, Jaekyung pensou em como teria sido melhor se tivessem encontrado mais os amigos dele no passado, agora isso era impossível. Encostou-se na porta, encarando a sonolência adorável. Um sorriso se estendia aos lábios quando pensava sobre o quão raro era terem uma manhã calma, com Dan sorrindo como se fosse uma manhã comum. Os cabelos bagunçados e o corpo pendendo para o lado, se deitando de lado ao morder o lábio inferior em um quase convite pecaminoso para que não saísse. Infelizmente o querer não tinha o mesmo peso quando Jaekyung entendia que estavam ali por causa de uma negociação, e esperava que aquele fosse o preço para irem até a comunidade.

Já imaginava Dan em um lugar seguro, ajudando outras pessoas nas colheitas, a luz forte do dia enfeitando sua imagem e o sorriso doce.

— Ainda está escuro lá fora. — A voz de Dan se arrastada adoravelmente, olhando Jaekyung com o mesmo sorriso delicado. Por um momento, pareceu como nos velhos tempos, quando não existia um mundo caindo aos pedaços. Dan manteve o sorriso, se sentando na cama, passando os dedos nas mechas castanhas, o sorriso diminuiu ao que se lembrava da realidade. — seria bom se você ficasse. Sua perna dói?

— Não, minha perna está melhor agora. — Jaekyung dissera, sem desviar o olhar — Eu só preciso sair e verificar uma coisa. Quem sabe? Posso achar mantimentos por aí, você amaria se eu achasse aquele chocolate amargo que você amava.

— Você e Changmin. — Dan firmou o olhar, erguendo o rosto — Pode deixar aquilo para lá? — Dan manteve um sorriso calmo, os dedos brincando com o lençol. O lutador bufou baixo, em silêncio por alguns instantes.

— Sabe, você sempre perdoou fácil demais, mas isso é demais até para você.

Dan suspirou, o cansaço forte o bastante para o impedir de se levantar, os passos calmos, esfregando os braços a se aquecer da manhã fria. Esse era outro problema, não saber que época do ano estavam. Se nevassem seria pior. Jaekyung ignorou aquele pensamento. Era bom pensar apenas no agora, e chegando até a porta do trailer, lá fora ainda estava escuro. Pressionou os lábios, os olhos castanhos ainda o olhando, sem saber o que havia lá fora. Dan se levantou, indo até a porta, com um breve sorriso.

— Todos já cometemos algo impensado. Não é bom nos dar ao luxo de perder pessoas... Ele só tentou me matar por medo de que eu me transformasse. — Mas embora aquela explicação fosse lógica, viu o olhar de Jaekyung, a teimosia ainda presente nele. Dan forçou um leve sorriso — Ele é o seu único amigo. — Os dedos tatearam o braço de Jaekyung, o frio se tornando intenso o bastante para que até o tecido também se tornasse mais gelado.

— Eu tenho que ir. Só tenho que achar uma coisa para eles, então, fique aqui. — Jaekyung ajeitou o casaco, olhando para Dan por longos instantes. Era um fato, o relacionamento nunca havia sido bom. Não com o ciúme excessivo e a maneira na qual pequenas coisas viravam uma discussão incrivelmente árdua. A vida antes era difícil. O lutador não gostava de não saber o que ele fazia ou quem estava, o mundo era grande demais para que não existisse outra pessoa com olhares seguindo Dan. Ainda mais com ele atraindo atenção por onde passava, não bastava os belos olhos castanhos ou a voz doce, ele ainda era uma boa pessoa. Não era algo que se encontrava com facilidade. Para ser bom no mundo antigo era um desafio, pois era incrivelmente fácil que a vida corrompesse até a mais pura das pessoas.

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