A filha rejeitada. A escolhida pelo destino para escrever seu nome na história.
Tudo o que Siggy conhecia era o abandono. O sentimento de ver o amor que tanto necessitava ser arrancado dela pela rejeição tornava a vida da filha de Bjorn Ironside um...
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Aylin passou o resto da tarde devorando uma torta de morango e conversando com Klaus.
Quando ele viu as marcas no pescoço da garota, ela tratou de mentir e disse que havia se machucado durante a invasão. Klaus a conhecia muito bem e ela sabia que não tinha convencido muito o pai, mas ela estava cansada, exausta de toda aquela confusão e só queria pelo menos um pequeno tempo de tranquilidade. Klaus entendeu isso e logo depois surrupiou uma torta de morango da cozinha.
O resto da tarde foram apenas os dois. Conversando sobre nada, rindo de coisas idiotas, distraindo um ao outro da tempestade que se formava em volta deles.
Por mais que se esforçasse, Aylin não conseguia fugir do fato de que Bjorn estava ali, que eles sabiam quem ela era e a iminência de um verdadeiro caos se formar nos próximos dias fazia a cabeça da garota doer de uma forma tão intensa que ela achava que iria explodir.
— Então, eles sabem quem você é. — A voz de Klaus a arrasta de volta para a realidade.
Aylin estava deitada na cama ao lado do pai, ambos encarando o teto de madeira como se fosse algo além disso. A assassina gostava de pensar que as manchas de mofo eram constelações brilhantes em um céu vasto e escuro, assim como naquela primeira noite no bosque em Andarah.
— Sabem. — Ela respondeu tentando não vacilar.
— E...?
— "E" o quê?
— O que aconteceu?
— Uma grande e calorosa recepção. — A garota abre um sorriso cínico.
Klaus dá um peteléco no nariz dela.
— Você esquece que eu te conheço muito bem, sua pestinha.
O sorriso dela fica maior.
— Então, você sabe que eu sempre deixo as coisas interessantes.
Klaus captura os olhos da filha, e Aylin sente toda a diversão se desfazer. Havia muita preocupação ali e... dor.
— Aylin, você tem que ser cuidadosa. — Ele alerta — Sabemos do que eles são capazes, e sabemos que não importa o quanto queremos que tudo dê certo, no final... As coisas nunca saem exatamente como queremos.
— Pai...
— Preste atenção — Klaus leva uma mão a bochecha dela —, Andarah é muito importante para mim, mas não mais que você. Eu lembro de todas aquelas noites em claro tentando te acalmar depois dos pesadelos. Aquilo sempre me destruía.
— Isso não acontece mais. — Mentiu ela mais uma vez.
Aylin não podia deixar Klaus saber que seus pesadelos nunca tinham ido embora. Ela precisava que ele pensasse que ela era forte para lidar com aquilo. Mesmo que estivesse mais do que claro que ela não era. Aylin odiou a forma como se sentia fraca. Mas ela não tinha o controle sobre a maneira que sua mente e seu corpo lidavam com a situação. Por mais que ela tentasse, por mais que ela lutasse... Algumas batalhas simplesmente não tinham como ser vencidas. E aquela era uma em que Aylin sempre fora a perdedora.