A morte

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A morte, um ser moribundo que carrega a alma daqueles que amamos, não é a vilã das histórias e da vida, ela por vezes o livra do sofrimento. Ela é apenas alguém fazendo seu papel. E quem dirá que a morte com sua foice, é tão ruim assim? Sabes por acaso se ela queria ceifar aquela criança de três anos? Quem garante que ela não  sente dor, todas as vezes que precisa tirar uma mãe de seus filhos, um pai de uma família claramente desamparada, um filho, de um casal que lutou por anos por aquele ser, um cachorro de rua que alegrava a vizinhança.

Mas antes de xingar esse ser preto de luz, pensem, se aquela criança de três anos merecia viver entubada e com dor enquanto o câncer corroía seu corpo. Se aquela mãe aguentaria mais um parto e depois ser agredida por décadas,  se aquele pai iria suportar mais um ano onde não consegue sair das drogas e tem que ver seus filhos serem ameaçados com uma arma na cabeça, se aquela criança aguentaria ser abusada por mais tempo,  mesmo que aos olhos da sociedade foi tão desejada e por isso amada ao vingar, e ainda, se aquele  animal iria conseguir passar mais um inverno com frio e fome.

É como quando um ser humanos em circunstâncias onde está morrendo, enfermo e moribundo. Ainda assim, a vida e a morte se abraçam, é então que a pessoa em coma acorda depois de anos, que alguém em tratamento de câncer melhora subitamente, mas que depois se vai, porquê,  se for tua hora, tu vais, e não há medicina ou magia no mundo que o mantenha.

Let It Burn - VegasPeteOnde histórias criam vida. Descubra agora