P.O.V Kalle
Eu estava tão cansada, era super memorável aquilo que eu, Julian e Félix tínhamos vivido. Eu lembrava com exatidão de tudo que eu fiz, eu lembrava de cada segundo ali dentro. Aquele famoso e grande condomínio do horror, foi o apelido carinhoso que colocamos naquele lugar de domínio dos "incríveis e excepcionais", os sete. Era tão louco pensar que além daquele que o Félix matou naquele tatame, tinha ainda mais seis pessoas que ditavam as regras, e que estavam atrás de Félix. Não sabia como eu iria continuar com o menino Asiático que estava logo ali conversando com Julian, depois de 4 anos do acontecido muitos do nosso acampamento ainda guardam sequelas de tudo que vivenciaram.
- Kalle a gente pode conversar? - Vejo o Julian deixar Félix, olhando para mim e vindo a minha direção com sua cara de preocupação visível.
- relaxa Julian, eu estou bem. Eu só estou meio pensativa com tudo, eu queria tanto ver meus pais. - Falava com ele virando em direção ao mar que eu tinha visão de cima da montanha do nosso acampamento.
- Eu sei como você se sente perante a tudo isso, eu também sinto falta dos meus. Mesmo com toda a homofobia do meu pai, eu ainda sinto falta dele. - Ele falava olhando para mim passando a mão pelo seus cabelos loiros, e logo levando seus olhos para o mar em um tom de cinza azulado.
- Pelo menos parece que pelo menos você me entende, eu sei que estamos com Félix até o fim. Mas eu não tenho nada haver com essa história Julian, eu não tenho esses poderes! Eu não pertenço a essa história de ter muitos poderes extraordinário, igual o Félix ou qualquer outro que está por aqui com a gente. Eu as vezes penso em que... na verdade deixa pra lá. - Eu falava fazendo vários gestos com a mão, olhando para o mar e sem coragem de olhar nos olhos de Julian. Eu sabia que meus pensamentos eram egoístas, eu amava o Félix, mas eu sentia que eu não precisava viver isso tudo por conta dele.
- Você acharia melhor não ter conhecido o Félix? - O Julian perguntava encostando sua mão em meu ombro, e esperando ansiosamente minha resposta.
- Eu só acho que eu não fiz nada, pra viver esse inferno! - Falei e deixava o Julian sozinho a ponta daquela montanha, que dava visão para o mar.
Eu sentia que o menino de olhos azuis, estava me fuzilado com seus olhos. Vendo que eu nem se quer olhei para o menino que estava me encarando.
Eu tava cansada, eu queria apenas ter uma vida normal. Não aguentava a ideia de ter perdido, meu dinheiro, minha vida e minha casa. Eu ficava pasma olhando para tudo aquilo ali, e ver que eu estava vivendo com tão pouco. Me alimentando em lugares onde moradores de ruas, se alimentavam. Quando eu não tinha que comer coisas que eram caçadas pelos nossos "raptores". Que eram nossos caçadores para trazer a comida, para o acampamento.
- Eu precisava da sua ajuda Kalle! - Tara falava ao tentar enrolar suas duas mãos com fachas brancas como se fosse atadura.
- Desculpa, eu estava apenas andando pelo acampamento. Nem notei você me chamando. - Eu falava com a menina me abaixando e sentando em cima de um troco perto de uma das barracas dali, daquele acampamento, e vendo a menina olhar para meus olhos fixamente.
- Kalle você tá bem? - Ela falava tirando minha concentração de seu ferimento feito em uma das caçadas.
- Tá muito apertado? - Falava com a menina tentando iguinorar a mesma que falava comigo sobre um assunto que eu não queria comentar sobre.
- Não iguinora minha pergunta! - Ela falava tirando sua mão, e eu logo colocando as minhas na minhas coxas, e parando olhando para o chão.
- Você não é a sereia aqui?! Então por que você não me diz? - Eu estava ficando furiosa com a menina de pele negra.
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Sunnor- Correndo conta o tempo
FantasíaVivemos aquele caos, aquele que nos fez ter pesadelos a noite. Hoje somos apenas andarilhos, não podemos voltar pra casa pelo que vivemos na mão dos sete, e desse tal gestor 1. Estávamos dispostos a matar cada um deles, para ficar livre do inferno q...