Capítulo 28

210 24 3
                                    

Damon se move muito lentamente, ainda mais devagar que da primeira vez. Quanto mais ele demorar para alcançar o seu quarto, mais tempo ele a terá em seus braços. Viva em seus braços, diferente da última vez. A pele dela é quente contra as mãos dele, a respiração dela é constante na base de sua garganta. Ele pode inalar a fragrância de mel dela e se assegurar de que ela está ali de novo.

Quando ele deita Bonnie entre os lençóis de sua cama, escovando para longe o cabelo dela da testa, ele se abaixa sobre os calcanhares e agarra a beirada da cama para que as mãos dele não a toquem de acordo com a própria vontade. É estranho o que chama a atenção dele: a costura de seus longos cílios naturalmente curvos, a linha do cabelo em forma de coração adornando sua testa e as suas práticas unhas curtas.

Ele se sente triunfante e inquieto ao mesmo tempo, esmagado pela necessidade de tocá-la, de assegurar a si mesmo que ela está ali com ele, de que ela não irá embora, nunca mais.

Quando o seu celular toca, Damon atende apressado para que Bonnie não acorde, saindo de seu lado para não perturbar o seu sono. Até mesmo estar a alguns passos de distância dela é uma tarefa dolorosa neste momento.

"O quê?" ele pergunta. Neste momento, ele tem uma pequena esperança. Talvez ele esteja errado sobre isso; não houve nenhuma ligação na primeira vez que aconteceu. Talvez a Bonnie esteja apenas confusa depois de voltar do outro lado e, no entanto, ele não deveria estar em casa, já que estava na casa das bruxas há apenas alguns minutos.

"Você percebeu?" Stefan pergunta, e Damon faz uma careta, olhando para a garota em sua cama.

"O quê? Que ultimamente o preço da gasolina vem aumentando ou que estamos de volta na porra do tempo?" ele pergunta, passando a mão pelo cabelo.

"Ah, então você notou o preço da gasolina," o outro diz, tentando suavizar o momento. "Escuta, eu estou indo para casa, okay? E nós vamos achar um jeito de colocar as coisas no lugar e manter a Bonnie segura."

"Ela está aqui agora mesmo," Damon diz e, mesmo que as circunstâncias não sejam as melhores, ele não consegue evitar curvar a boca em um fantasma de um sorriso. Ela está aqui agora e, por um tempinho, tudo está certo no mundo.

"Isso é bom, isso é bom," Stefan diz encorajadoramente. "Nós vamos consertar isso."

"É. De um jeito ou de outro," Damon responde, desligando.

Dessa vez, ele não precisa se alimentar de desculpas para ficar no quarto com ela; se ele se livra de um copo cheio de sangue e ascende o fogo sob a lareira, é apenas para que ela fique mais confortável. Bonnie merece algum bom tratamento como recompensa por não estar morta, ele pensa com um sorriso.

Parte dele mal pode esperar para que ela acorde novamente; para ela ficar com raiva dele, seja lá por qual motivo, para que toda a paixão dela esteja focada nele; para que ela tenha esses lindos olhos abertos e vivos. A outra parte precisa aproveitar esse momento de silêncio, para lentamente absorver o fato de que ela está aqui, de que ele conseguiu outra chance nisso. De que ela o odeia até a alma de novo.

Quando Stefan chega, Damon não se move de sua cadeira; ele escuta seus passos apressados subindo as escadas e a sua súbita parada na porta dele. O seu irmãozinho sabe, ou ao menos pode imaginar, o quanto ele precisa desse tempo com ela e Damon pode ouvi-lo andar de volta para o andar de baixo, sem se intrometer.

Os olhos de Damon nunca piscam enquanto se fixam nela, como se ainda estivesse assustado que ela possa desaparecer a qualquer momento. Ele observa atentamente o peito dela subir e descer com cada respiração, a boca dela ligeiramente aberta, mas não o suficiente para adivinhar o branco de seus dentes. O cheiro dela e o seu batimento cardíaco estável chamam por ele. A tentação é avassaladora e ele precisa se aproximar dela, mesmo que só um pouquinho, então Damon se deita do outro lado da cama e permite que a ponta de seus dedos rocem o tecido do suéter dela no cotovelo, sentindo o calor do corpo dela através dele.

Dormiente [Bamon]Onde histórias criam vida. Descubra agora