Capítulo Três: Empatia e Coragem

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Notas Iniciais:

Olá, pessoal! Eu gostaria de agradecer pelo carinho e atenção de vocês sobre essa fanfic que estou amando fazer.

Aqui está mais um capítulo adulto, fazendo menções aos fatos do capítulo anterior e etc.

Ainda não é o hot que vocês esperam, mas está mais perto do que nunca. Pensem nisso.

Só, por favor, não me matem, okay? Só peço isso, tá?

Boa leitura, pessoinhas!
😬

*

As mãos pálidas e calejadas tocaram a campainha, enquanto o mesmo aguardava pacientemente até que alguém atendesse à porta. Depositando o engradado de ferro sobre o banco de madeira na varanda, enquanto descansava os braços.

Não conseguindo se manter parado, mudava o peso do corpo de uma perna para outra e às vezes, se virava para trás, observando a movimentação da rua e o seu caminhão estacionado do outro lado.

Mais alguns segundos, e ele pôde ouvir passos pesados e não muito comuns. Por anos fazendo esse trabalho, Francis já podia reconhecer alguns trejeitos dos vizinhos.

Alguns andavam mais rápidos, sem alterações na semana, todos os dias, o mesmo ritmo de passos. Outros andavam mais lentos. Uns pisavam mais firmes sobre o chão com os calcanhares, outros pisavam suavemente, usando as pontas dos pés discretamente. Este último, sendo mais comum entre as mulheres. Principalmente para Nacha, que ele conhecia tão bem... (Leiteiro safado.)

Mas agora, havia esse estilo de pisada. Estilo inédito para ele. Uma pisada que ele não saberia descrever. Às vezes soava pesada, noutras, suave. E às vezes parava por um milésimo de segundo e depois voltava. A pessoa parecia cansada, ou se esforçando muito para chegar à porta.

Ele reconheceu a casa somente agora. Visto que fazia as coisas no piloto automático, ele nem havia se dado ao esforço de prestar atenção antes de subir as escadas da varanda na entrada.

"205"

Estampado ao lado da porta, na parede branca, indicava o número da casa e aquela, era inevitável não saber a quem pertencia. Além do mais, todos os vizinhos pareciam sonhar em ter um imóvel daquele, grande e robusto. Repleto de conforto e espaço para os familiares.

Mas Francis morava sozinho e nem possuía esse sonho de consumo. Aquele imóvel era somente mais um como qualquer outro e sabendo quem era o dono, seu desgosto somente aumentava.

Francis sabia que, na residência em questão, não havia idosos. Então aquela pisada, não poderia ser de alguém mais velho. À menos que os pais dos proprietários, estivessem passando as férias ali.

Mas o leiteiro também tinha ciência de que moravam duas crianças na casa. Uma mais velha e uma mais nova e que provavelmente estariam brincando.

Por ter uma pausa enquanto aguardava ser atendido, Francis se permitiu imaginar várias ocasiões que poderiam explicar as pisadas que estava ouvindo. Uma desculpa para não cair no sono logo ali em pé, pois fazia tantos meses que não tirava uma soneca decente. Sempre precisando se esforçar no trabalho, ou não teria onde morar no final do mês.

Mas nada se comparou com o que ele viu, quando a porta, lentamente, revelou quem estava por trás.

- O-Oi... Como posso ajudar?

A voz baixa vacilou, enquanto a mão pequena e trêmula se apoiava na porta. A pessoa mais baixa parecia fazer um esforço descomunal para se manter de pé, era desconfortável olhar a situação.

MilkmanOnde histórias criam vida. Descubra agora