Capítulo 5: Terror em Santa Teresa

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O estado de River crossing não tolerava nenhum tipo de feiticeiro.

O prefeito tinha um ódio peculiar pelos supostos magos, bruxas e feiticeiros, um ódio que era compartilhado pela maior parte da população. Tinha-se também muito medo da magia naquele lugar. Afinal, se algo é tão ruim para ser tão odiado, deve também ser causa para temor.

Mesmo em uma vila miserável como aquela, um mago, feiticeiro ou bruxa era uma criatura maligna, estranha e indesejável. Que deveria ser caçada. E obviamente alquimistas se encaixavam nessa categoria.

A apresentação do Senhor Mistério em River Crossing era um risco, o Senhor Krazins sabia muito bem, mas ele também sabia como enganar as pessoas. O melhor jeito de esconder algo era à plena vista.

Colocando um alquimista para fazer pequenos truques, nada que não pudesse ser explicado (com alguma boa vontade e credulidade) como mero ilusionismo, todos acreditariam que a "magia real" não estava lá. Quem seria tão imprudente a ponto de colocar um mago ali, na frente de todos?

A estratégia funcionara muito bem (até o desastre do início daquela noite). River crossing
era mais um estado que engolia o Grande Espetáculo de Variedades e Maravilhas do Senhor Krazins.

Ele precisava apenas pensar em uma estratégia para vender o número de Gregory em Salem, a terra da Magia, onde a população não seria tão facilmente enganada.

Mas isso depois, porque agora as autoridades estavam ali, prontos a esmagar algumas cabeças.

Porque o misterioso e poderoso senhor Mistério havia, aparentemente, queimado alguns aldeões até a morte. O Senhor Krazins só pensava no prejuízo.

— É só um mal entendido — Joseph levantou-se, erguendo as mãos em um gesto pacífico.

Um dos soldados bateu nele com o porrete, fazendo o supercílio explodir em sangue. Rafaella deu um grito estridente, que fez o duende gritar ainda mais, e o sargento gritar acima de todos:

— Calados! Puxou um revólver — o cano pronto para disparar contra qualquer um. — Há um mago aqui, ou não há?

— É claro que não — o Senhor Krazins levantava-se, tentando seu sorriso de persuasão, enquanto lutava para fechar as calças. — Nunca, nunca, iriamos empregar um maldito mago. É claro que não. Gregory estava estático.

— É ele — exclamou uma voz por trás da porta. Logo, apareceu uma das mães da arquibancada, as roupas chamuscadas e o rosto inchado de tanto chorar. — Ele por pouco não mata a minha filha.

Do lado da mulher, um aldeão com rosto hostil. Simples mas forte, portando uma enxada que parecia pronta a rachar o crânio de alguém. E, mais atrás, outros aldeões. Com enxadas, foices, pedaços de pau. Sedentos.

— Ele matou crianças.

— É um Bruxo!

— Um assassino!

— Linchamento! — elevaram-se as vozes, em um crescendo de raiva e júbilo.

A ponta do cano da arma do sargento estava na cara de Gregory.

— É você? — cuspiu o homem.

Gregory não disse nada.

— Venha conosco.

Ainda não disse nada.

— Eu falei, venha conosco!

E então, Gregory falou. Falou algumas palavras, e as atenções se voltaram para Krazins.

levando as mãos ao rosto e cambaleando para trás. O velho senhor Krazins foi apanhado de surpresa, acabou espancado pelos soldados.

O Bebê elevava os pulmões a

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