𝐴𝑃𝐸𝑁𝐴𝑆 𝑈𝑀𝐴 𝐹𝐴𝑅𝑆𝐴 - 𝐴𝑛𝑑𝑦 𝐺𝑜𝑙𝑑𝑓𝑎𝑟𝑏

13

Iris Edwards, havia sumido. Seus amigos estavam loucos atrás dela, mas a menina estava muito ocupada para lembrar que existia qualquer outra pessoa no mundo além dela. Não a culpem, desde que chegou naquele cidade, Iris não teve um momento só pra ela, em que pensa-se em si mesma, sozinha, sem ninguém para incomoda-la.

Iris sentia certo remorso de não falar nada para os amigos, mas ela sabia que eles à entendiam.

Andy Goldfarb...não sabia se tinha feito a escolha certa. A garota de cabelos pretos e lábios sabor de morango. Mas sua namorada era Lydia, e ele nem sabia o porque. Mas, as vezes, a vida prega peças nas pessoas, elas podem ter um final feliz ou um final péssimo. Nessa história, qual será o final?

O Goldfarb estava jogado em sua cama, depois de Iris sair da festa, Andy perdeu o chão, ver o seu morango sair sem nem olhar para trás, acabou com ele. Mas quem culparia a garota? Andy estava destinado a ser dela, ver aquela sena foi forte para ela, tudo o que viveram, se é que viveram, foi uma farsa?

- Andy Goldfarb, se recomponha, você fez sua escolha, por que está com essa cara agora? Você preferiu a sem sal da Katz, à a coisinha fofa e bem educada que a Iris é, você foi burro! - a senhora Goldfarb falava com o filho da porta do quarto - E, cadê a Iris aliás, não vejo ela desde a festa? - a mulher perguntou, se sentando na cama o filho -

Andy não respondeu, ele não sabia, a verdade, era que ninguém sabia. Iris havia sumido a dois dias, os amigos da garota haviam lotado o celular da menina de mensagens, mas ela não respondeu nenhuma. Muitos diriam: "que babaca da parte dela", mas os amigos de Iris "entendiam" pelo o que a menina estava passando.

Incrível que, mesmo Iris tendo sumido a pouco mais de 48 horas, seus pais não chamaram a policia, talvez a menina tenha mandado uma mensagem para eles dizendo onde estava, ou só eram péssimos pais.

Na noite da festa, após Iris ter ido embora, Andy teve que escutar Shopie o xingar de todos os nomes existentes na terra, dizendo que Iris colocou o garoto de pé, apenas para ele tirar vantagem dela. Ele se sentia mal por não falar nada, mas não podia.

Voltando para nossa querida (ou odiada) Iris, nesse momento, ela estava em frete aquele quarto escuro em que era trancada a poucos meses. Iris, por incrível que pareça, não tinha remorso de sua tia, Beatrice a criou muito bem, apesar de tudo.

A garota entrou no quarto fechando a porta e se sentando no chão, olhando os desenhos que ela fazia quando criança nas paredes, os traços mudando com o passar do tempo. Ela sabia que sua tia provavelmente iria lhe trancar ali se soubesse o que Iris fez, ou estava fazendo. "Serio, sentimentos Iris? Eu não te ensinei isso!" A garota podia escutar a voz da tia em sua cabeça.

A porta foi aberta, Iris olhou em sua direção, vendo Desmond parado, à olhando. O homem balançou a cabeça, indo até Iris, se sentando ao lado da garota que apoio a cabeça braço do homem.

- Por que veio aqui? - a voz do mais velho inundou o ambiente -

- Apego? - Iris disse, meio incerta - Acho que, ficar tanto tempo trancada aqui, me fez "gostar" desse buraco sem luz. -

- Eu podia ter denunciado, chamado a policia, você não precisaria sofrer tudo aquilo! - o homem disse, ele se arrependia tanto por todos os anos em que não pode fazer nada -

- A culpa não foi sua, sabe que tia Beatrice não deixaria que isso viesse a publico, ela daria um jeito de esconder. - a garota disse, olhando os desenhos na parede - Alias, acho que de certa forma, tudo o que passei nessa casa me fortaleceu!! - Iris sorriu, eram varias lembranças, muitas ruins, mas tinham as boas - Eu sofri muito aqui, mas também fui muito feliz, pai. - ela finalizou -

Desde que Iris tinha sete anos, ela chamava Desmond de pai. O homem não tinha família, assim como todos os empregados da casa. Beatrice se certificou de que todos que trabalhassem para ela, não teriam qualquer laço familiar, os empregados daquela casa eram quase tão frios quanto a patroa.

Mas Desmond, assim que viu Iris, sentiu como se seu mundo, antes muito preto e braço, ganha-se um pouco de cor. Iris tinha Desmond como pai, assim como ele à tinha como filha.

- Muito bem - o homem se levantou, não querendo mais aquela conversa, trazia muitas emoções negativas - vamos, hoje você volta, não terá um Mitzvah, mas ainda vai para aquela escola. - Iris concordou, levantando-se com a ajuda do homem -

Iris foi obrigada a ir para a escola Judaica por seus "pais", ela não retrucou, não fazia nada lá, apenas ficava sentada olhando seus colegas fazerem tarefas insignificantes sobre Deus. A Edwards não acreditava em Deus, todas as vezes que ela precisou de tal entidade ele não estava lá por ela, por que ligaria agora?

Pai e filha saíram do quarto escuro lado a lado, ambos com expressões indiferentes na face.

Iris subiu ao seu quarto, tomou um banho longo e relaxante, escolheu uma roupa que a valorizasse, queriam que as pessoas a olhassem como uma rainha, não como uma coitada. Fez uma maquiagem leve, por que era naturalmente perfeita. Saiu de seu quarto, indo até o carro preto, já estacionado na frente da casa.

Quando o carro deu partida, Iris se pegou olhando para as árvores que passavam, tão verdes cheias de cor. Ela olhou para si mesma, estava bonita, como sempre. Ela sabia que muitos olhariam para ela, as pessoas achavam que Andy à escolheria, viviam colados, pareciam verdadeiramente namorados, mas ele escolheu a outra irmã, deixou todos chocados e Iris sem saída. Mas as coisas mudariam agora, Iris seria a vadia má que foi criada para ser, e ela não mediria esforços para isso, faria Lydia cair a cada passo que desce.

Desmond olhou pelo retrovisor, vendo o sorriso no rosto da garota, sorrindo para si mesmo. Ele tinha plena noção que a Edwards sabia se cuidar, e muito bem aliás. Ele levaria a garota direto para a escola judaica, a pedido dela própria, então seguiu caminho, uma música calma tocava no rádio.

Mount Everest ain't got shit on me

Mount Everest ain't got shit on me

'Cause I'm on top of the world

I'm on top of the world, yeah