2 - A Proposta

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     Willy ficou um bom tempo tentando entender o que houve, ele não conseguia sentir raiva da atitude da moça, ele só achava engraçado, ela poderia ser qualquer pessoa que odiasse um pobre como ele conquistando tanto espaço entre os ricos, mas ela havia falado com tanta raiva e tanto sentimento que ele desconfiou que a rixa era pessoal e antiga, embora ele não conseguisse se lembrar da cara dela... Ele com certeza se lembraria, ela era muito bonita e estava muito cheirosa, as joias em seu pescoço o evidência a as que estavam em se cabelo brilhavam como estrelas em uma noite escura. Ele se aproximou de Dorothy e contou o que aconteceu

— Essa menina deve ser louca! Você devia ter feito algo

— Eu quis fazer, mas eu fiquei paralisado — Ele tocou a marca vermelha que ficou na sua bochecha sentindo calor em seu peito, ele tinha que encontrar aquela moça de novo, e quando tentava conversar com uma mulher que Dorothy havia lhe apresentado, ele a viu do outro lado do salão.

Lá estava ela, radiante naquele vestido verde água, rindo graciosamente, com gestos calculados para impressionar um cara ruivo e alto. Willy sentiu como se um carro batesse nele, era violento e ao mesmo tempo, maravilhoso

— Willy? Willy?! — Chamou Dorothy, ele se virou para ela — No que está pensando? Você nem parece que está aqui

— Você sabe quem é aquela moça? — Ele apontou para Amélia

— Foi ela quem te bateu?!

— Bem, não vá lá brigar com ela, eu só quero saber se você a conhece

— É claro que eu conheço, Willy, ela é a filha do Fickelgruber... Me impressiona que ela tenha vindo ao baile, está perdendo tudo o que tem e mesmo assim festeja

— Ela está?

— Sim, desde que o cartel caiu e o pai dela foi investigado pelos crimes, a família dela perdeu tudo, até a casa, ela era uma menina rica e mimada e agora ela só é mimada mesmo

— Por isso que ela me odeia — Disse Willy achando muita graça

— Sem razão nenhuma, ela deveria odiar o pai dela, isso sim

— Pobrezinha

— Pobrezinha mesmo hahahahah

— Não, eu quero dizer... Faz sentido que ela pense que eu sou o responsável por sua ruína... Eu vou lá falar com ela

— Willy, não adianta conversar com gente assim! Não lembra que o Fickelgruber tinha nojo de pobre? A filha dele não deve ser muito diferente

— Se ela não for diferente então vai viver com nojo de si mesma — Disse Willy rindo e foi até Amélia, que tinha acabado de marcar o segundo date para a semana

— Amélia, lembra que a sua vó disse pretendente, isso significa noivo ou namorado? — Perguntou Penélope

— Tanto faz, eu só preciso me livrar do casamento com o homem morsa — E ela se virou Willy, que estava em seu fraque novo, com o cabelo bem penteando e parecendo um nobre da alta sociedade, mas ela sabia muito bem quem era ele — Quer levar um tapa do outro lado para não ficar torto? — Ela ameaçou lançou seu olhar mais feroz, mas era difícil olhar diretamente naqueles olhos tão verdinhos ele achava uma graça aquela moça de aparência tão doce e fofa irritada 

— Você é muito violenta para uma mocinha de boa família — Comentou Willy, ela era mesmo tão ou mais linda sob luzes mais fortes

— Graças a você eu não sou mais de boa família então posso agir como uma marginal violenta... Não sou filha de presidiário? Pois então me tema — Penélope queria sacudir Amélia pelos ombros e dizer que falar aquelas coisas em um baile em que ela está tentando conquistar pretendentes era absurdamente estúpido, Willy achou aquilo engraçadinho, como a gente acha engraçadinho os truque de um gatinho, então ele achou engraçadinho e fofo

Doce MentiraOnde histórias criam vida. Descubra agora