Doce Mentira

5 - Sorte

    Willy estava esperando Amélia no centro do salão, estava com sua melhor roupa, ele tinha investido em roupas novas e bonitas desde que prosperara, mas sua cartola e seu casaco bordô eram sua marca registrada, no entanto ali ele usava fraque, seus cabelos estavam despenteados e ele segurava uma taça de champanhe quando se virou em direção a escada e viu Amélia usando o vestido que eles tinham feito. O modelo agora era tomara que caia, com o corpete todo bordado com pedrarias, com uma faixa roxa amarrada na cintura e uma saia armada, comprida e rodada com camadas e camadas tule, a barra tendo babados feitos com embalagens de bombons, mas tão bem feitos que era impossível alguém determinar a origem do material. Ela também usava luvas brancas e as joias de Melissa que Amélia salvou do leilão e que estava esperando a hora certa para usar ou quem sabe até mesmo vender se fosse necessário. Seu cabelo estava preso e sobre ele uma tiara com flores de cacau que Willy havia feito para ela. Ela desceu timidamente as escadas chamando a atenção de todos que estavam presente pela opulência e originalidade de seu vestido, Willy estava no pé da escada para tomar seu braço

— Ele ficou muito bem em você — Ele comentou sorrindo

— Acho que é o vestido mais colorido que eu já usei... E também o mais bonito... — Talvez uma Amélia de um mês atrás se recusaria a usar um vestido que tivesse tantas cores, mas aquela nova Amélia apenas apreciava o quanto sua roupa tinha ficado muito mais bonita que os vestidos de cores claras e amenas de suas primas, aliás Priscila veio até ela com sangue nos olhos em um vestido prateado e minimalista ao lado de suas seguidoras.

— Amélia... Vejo que encontrou uma loja de fantasias de última hora para comprar um vestido... Isso era para ser o quê? Um vestido de princesa, eu imagino — Priscila comentou debochada, irritada e secretamente invejando aquela roupa com todas as suas células

— Qual é o nome da estilista que fez isso? — Perguntou uma outra prima querendo ser debochada, mas também querendo muito saber se poderia encomendar outro igual — É sério... Quem teve essa ideia e... Fez acontecer?

— Eu fiz para ela — Comentou Willy — Concertei o vestido rasgado e o modifiquei — Priscila sentiu muita inveja, não mais só do vestido, mas do noivo da prima, homem com aquele cuidado e paixão ela jamais conheceu ou iria conhecer

— Impossível — Ela falou rindo — O vestido pode não ser... Na verdade ele é bonito demais para vocês... É um vestido bem feito demais para que mentes tão pequenas e pobres pudessem ter concebido

— Vou encarar isso como um elogio — Disse Wonka confiante e Amélia riu segurando seu braço com mais força e as primas invejosas se afastaram comentando que além de chocolateiro e cozinheiro, Wonka também se metia a costureiro e Priscilla se recusava a aceitar que ele tinha feito mesmo uma coisa tão bonita para Amélia, no fundo todas elas morriam de muita inveja de Amélia.

— Obrigada, Willy... Eu nunca me senti mais bonita

— Que besteira, você é bonita o tempo todo — Ele falou olhando nos olhos dela, ela inclinou a cabeça processando aquela fala e ele emendou logo em seguida para disfarçar — Digo... Como seu noivo de mentira, eu tenho que no mínimo te achar bonita, não é?

— É... Mesmo assim obrigada — Ela disse acanhada

— Eu tenho outra coisa para você — Ele meteu a mão dentro do fraque e tirou uma pequena caixinha — Eu também não posso ser teu noivo sem te dar um anel de noivado

— Mas Willy, é melhor que eu não... — Ela ia dizer que sem anel seria mais fácil encontrar um outro pretendente, mas então Willy abriu a caixinha mostrando um lindo anel de ouro branco com uma pedra âmbar rodeada de pequenos cristais, era muito lindo