meet me in the hallway * l.s *

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Quando se mora em uma cidade grande como Nova York, mundialmente conhecida como 'a cidade que não dorme', onde carros nunca param de passar e pessoas saem de todos os buracos da rua incessantemente, dormir é realmente quase impossível.

A primeira noite é impossível. A segunda é pior, porque você está possesso de raiva. Na terceira, você decide sair, passar a noite fora, não dormir propositalmente, assim se sente vitorioso ao rir na cara da Estátua da Liberdade. Na quarta, você já meditou, tomou chá de camomila, comprou tampões de ouvido e acrescentou uma luz amarela ao abajur. Na quinta, você apenas desmaia em sua cama sem nada daquilo porque Nova York é uma cidade exaustante. Te leva ao limite e não te deixa dormir direito.

Você finalmente entende o que é uma selva de pedra: A-ha! Nova Iorque! Já que você é obrigado a se adaptar, a proteger a si mesmo e o seu território, a matar quantos leões conseguir hoje porque o seu maior problema amanhã não será um leão. Então você corre por aí, força seu cérebro a seguir o ritmo agonizante dos metrôs e táxis, come coisas que você nunca imaginou que colocaria na boca, chega em casa e lida com a agitação que te contaminou nas ruas — e então você capota.

E pronto! Bem vindo a Nova Iorque! Agora consegue dormir plenamente, já que seus ouvidos já se adaptaram aos carros e seu cérebro criou mecanismos para abafar os sons. Se tempo é relativo, silêncio também é!

Principalmente quando um som tão insuportável quanto os que você se acostumou consegue fazer o que nada mais faz, nem mesmo quando se está atrasado para a primeira aula: você acorda.

— Alô? — eu sussurrei, escutando minha própria voz saindo empedrada, sentindo areia nos meus olhos e minhas têmporas latejando, o corpo gelado de frio.

— Harry? — Uma voz vacilante soou, e eu apertei meus olhos com os dedos, tentando assimilar que porra tava acontecendo. — Harry? Sou eu, Louis, e-eu... — suspirou. —  sofri um acidente. Estou no hospital. Você pode me... buscar? Por favor.