meet me in the hallway * l.s *

13

My heart is yours.
— Sparks, Coldplay

Tudo parecia um grande déjà vu.

Eu corria pelos corredores do hospital novamente, vestindo qualquer coisa, o coração na garganta.

Nós chegamos aqui há mais ou menos duas horas, Louis teve uma crise de dor e acabou desmaiando, eles o levaram para a sala de emergência, e eu não pude ir com ele. A enfermeira acabou de me chamar, dizendo que eu já poderia vê-lo, e eu voava em direção ao quarto em que ele estava.

— Louis? — eu entrei, fechando a porta atrás de mim. Haviam mais três leitos além do dele, mas estavam todos vazios.

— Oiiiiiiii, HArry. — Sua voz estava estranha, seus olhos quase fechados quando me aproximei e o vi de perto.

— Ele ainda está sob efeito da anestesia. — O médico dizia, ao seu lado, lendo alguma coisa. — Estava com muita dor quando chegou, e nós precisamos levá-lo para o centro cirúrgico.

— Centro cirúrgico!? — Eu estava meio sem ar.

— Sim. Mas não foi nada demais, quer dizer, o local estava magoado, inchado, mas tudo estava no lugar. — O homem colocou as mãos nos bolsos e me olhou. — Ele fez algum esforço nos últimos dias?

— Ahn... Não. — engoli em seco.

— Bom, devido a calamidade e a intensidade de sua dor, acho que foi algo que acumulou por mais de um dia. Ele fez algum esforço nas últimas horas? O repetitivo impacto nos últimos dias pode ter sido intensificado por algo que fez há poucas horas, por isso a crise de dor.

Eu senti meu rosto queimando, mas minha mente rodava. Louis já estava sentindo dor antes? Louis soltou um risinho, e então cobriu a boca, piscando com força como se tentasse focar.

— Eu... acho... que... fiquei muito... na... vertical? — respondeu, mais soando como uma dúvida do que como uma resposta.

Eu colei meus olhos no chão enquanto o médico dizia a Louis:

— Bom, não deveria. Você quebrou o pé, Louis. Mesmo que eu tenha te dado licença para ir trabalhar, deveria ficar mais tempo em descanso, com o pé para cima, sem fazer esforços, muito menos ficar na vertical. — O homem se afastou um pouco do leito, olhando para mim para continuar: — Fez um ótimo trabalho com os pontos dele. — elogiou, e eu vi Louis sorrindo amarelo atrás dele, mas o ignorei.

— Obrigado, doutor. — Apertei sua mão.

— Vou pedir para trazerem algo para você comer, vai ajudar com a anestesia, depois peço para te darem alta. — Ele falou, parando na porta. — Se comporte, Louis, só quero vê-lo agora quando for a hora de tirar os pontos. — E ele lançou um sorriso educado para mim antes de sair.

Eu respirei fundo, me sentando na beira da cama e abaixando a cabeça entre as mãos. Tinha ficado tão preocupado que acabei tensionando meu pescoço e agora ele doía.

— Vou contar pra ele que ele estava errado, e que chupar pau não estragou meu ponto. — Louis falou de repente, mexendo uma das pernas e a esbarrando em mim.

Cobri meu rosto com as minhas mãos, envergonhado e sentindo o ímpeto de rir de nervoso. O olhei, apoiando minha bochecha no meu punho.

— Como está se sentindo?

— Faminto. — Louis arregalou os olhos, meio mole, o rosto amassado. — Ah! Não! — Ele se agitou de repente, levando uma mão ao rosto em consternação. — Esqueci a sobremesa fora da geladeira...

Franzi o cenho, sem entender. — O quê?

— Eu tinha comprado a minha sobremesa favorita do Cantinori para podermos comer mais tarde, quando você estivesse com fome. Mas acabei esquecendo em cima da bancada da cozinha... Agora vai derreter tudo! Merda! — Ele negou com a cabeça, parecendo arrasado.