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"Amélie!"

Volto para a realidade após escutar o meu nome. Direciono o meu olhar para a origem do som e me deparo a Luna me encarando descaradamente, desvio o meu olhar dela e presto atenção ao meu redor, notando que eu ainda estou no refeitório. Porcaria, acabei dormindo acordada mais uma vez.


— Desculpe, Luna, não estava ouvindo. — falo sem ânimo nenhum, coloco a minha comida de lado e apoio a minha cabeça em meu braço, encarando a garota loira. Ela suspira e faz um leve carinho em minha cabeça, soltando um pequeno sorriso.

— Estou me preocupando com você, Amélie. — sorrio com o seu comentário, aproveitando o pequeno cafuné. — Estou falando sério! Já está na hora de você parar de dormir na biblioteca e voltar a dormir no quarto.

— Você está certa, mas é que alguma coisa ali vai chamando a minha atenção e eu acabo esquecendo que tenho horário, eu apenas apago. — Acabo fazendo um bico inconscientemente. A loira me encara com as suas sobrancelhas franzidas, deixando aparente a sua insatisfação.

Fazemos, obrigatoriamente, uma prova a cada mês, contendo trinta questões de humanas e quarenta de exatas, totalizando setenta questões. Durante toda a minha trajetória neste internato, eu nunca fiquei em nenhum lugar além do primeiro. Isto é, até ano passado.

Mattheo Riddle. O nome do desgraçado que roubou o meu primeiro lugar, esse idiota chegou ano passado e colocou toda a minha trajetória no lixo. Ontem saíram os resultados da última prova, e mais uma vez, eu permaneci em segundo lugar.

Perder para o Riddle é pior que levar um soco no estômago. Aquele ser desprezível não faz merda nenhuma na sua vida, é apenas um drogado que não faz questão de aparecer nas aulas.

Reclamo comigo mesmo por pensar no Riddle de novo. Infelizmente, eu tive que me separar da Luna por conta das aulas diferentes que teríamos agora. Mesmo contra a minha vontade, entro na sala da próxima aula, não deixando de agradecer aos seres divinos por não ter nenhuma alma viva no local. Aproveito essa pequena sorte e me sento em uma das primeiras cadeiras, organizo os meus materiais na mesa e me preparo para fechar os meus olhos.

Não costumo sentar na frente, é um incômodo a forma de como eu me sinto exposta. Mas não tenho outra opção por agora, os meus óculos resolveram quebrar.

Continuo com os olhos fechados, aproveitando o som da minha respiração. Todavia, sou interrompida por uma tosse exagerada, fazendo com que eu chore mentalmente. Abro os meus olhos e me arrependo fortemente da ação após ver a Cho Chang, uma asiática irritante, em minha frente.

— Pois não?

— Você está em meu lugar. — Ela fala com desdém e coloca o seu material em cima da minha mesa, afastando os meus.

— Não vi o seu nome aqui. — respondo com um sorriso e jogo o seu material no chão, em seguida, reorganizo os meus materiais novamente.

— Que merda você fez? Isso daqui vale mais que a sua vida! — Ela esbraveja, abaixando-se para pegar os materiais. — E você sabe que eu me sento justamente aí!

— Esse materialzinho aí? Eu vi um igual lá no beco, até estava de promoção. E eu não costumo reparar em você.

— Você é criança por acaso? Porque está sendo extremamente infantil! — A voz da garota já está começando a se alterar.

𝐇𝐨𝐨𝐤𝐞𝐝 | 𝐌𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐑𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora