Epílogo ( Não é o Final )

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- Ponha as caixas ali por favor. - digo ao montador - E coloque as outras logo atrás daquela outra ali. Obrigada.

- Tudo certo ? - pergunta Matthew, assim que chega ao meu lado, no jardim.

- Sim - respondo enquanto observo os montadores.

Decidimos que Matthew e Slay vão vir morar aqui na casa, e não na cabana antiga no meio do mato. Afinal eles são amigos do meu marido.

Por falar em marido, Aaron faz aniversário hoje. Sim os gêmeos nasceram um dia antes do aniversário do pai. Então metade dessas caixas são de mudança, a outra metade, é enfeite. Meus dois pimpolhos não iriam deixar o aniversário do pai em branco.

Meu celular toca, e peço licença a Matthew para atender.

- Alice falando

- Senhora Alice, aqui é Michel, da imobiliária, precisamos que tire o resto dos seus pertences ainda hoje. Conseguimos um comprador para sua casa. E ele disse que quer habitar o mais rápido possível.

- Esse mais rápido seria quando? - pergunto já me encaminhando para dentro de casa pegar as chaves do meu carro.

- Hoje senhora.

- Eu estou a caminho, são poucas coisas.

Desligo o telefone sem esperar uma resposta. Já passo pela sala e encontro Aaron Jr. e Biel brincando em forma animal. Assim que me vêem, se transformam novamente em humanos.

- MAMÃE - gritam e correm para me abraçar. Pego-os no colo e os encho de beijos.

- Mamãe agora, vai sair, mas quando eu voltar, os dois rapazes vão me ajudar a decorar o quarto do papai, certo? - pergunto a eles que já tem uma carinha animada.

- Ta bom mamãe - Aaron Jr. diz . Coloco-os no chão e eles já estão correndo para o quarto do pai. Se inveja matasse, eu estava mortinha. Vou até o aparador, que está na mesinha e pego minhas chaves.

Eu coloquei minha casa na Itália a venda. Acho que superar um passado conturbado é mais importante do que qualquer coisa. Para ser felizes precisamos saber perdoar. Mas não, eu não perdoei o Lucas. Tomara que ele esteja sofrendo muito no inferno.

Tirando o traste, devemos perdoar as pessoas. Eu perdoei a Lea, por ser uma vadia obsecada com o meu homem, perdoei o Pietro por ser um irmão invejoso filho da puta. E nem sei cadê a égua da Mercela, a vadia mor, que merece uma bela surra.

É acho melhor pularmos a parte de perdoar, vi que não tenho jeito para isso. Mas para as pessoas que tem essa capacidade é muito bom.

O fato deu querer vender a casa, é só para fechar um ciclo bem ferrado da minha vida.

E eu até me esqueci dos meus dois únicos amigos, Marcello e Bela. Eles apareceram só no primeiro capítulo. Ai como minha vida é conturbada.

Entro no carro, coloco a chave na ignição e dou partida. Vamos fechar mais uma porta de um passado tenebroso.

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Assim que chego na casa, me dá um aperto no coração. Eu não vim dirigindo, peguei um jatinho. Só avisando.

Entro, e me deparo com a sala do mesmo jeito que me lembrava a três anos atrás. O sofá de couro branco , a mesinha de centro em mogno, televisão de tela 52' embutida na parede.

Sim, do mesmo jeito.

Subo para o meu quarto, tenho apenas que pegar uma caixa, pelo que soube, assim que cheguei, tinha uma caixa, em cima da minha cama. Que eu tinha que pegar, por um motivo misterioso, já eu nem sei que caixa é.

Sedução Felina - AaronOnde histórias criam vida. Descubra agora