Fecho a porta silenciosamente, tomando todo o cuidado do mundo para não acordar meus filhos e escuto passos logo firmes atrás de mim. Me viro e encontro Slay me olhando com uma cara bem triste. Me preocupo. Ele geralmente tem um rosto sem expressão, então para ele estar demonstrando algo, alguma coisa tem.
- O que aconteceu - pergunto em um sussurro.
- Eu... Merda não sei como dizer isso.
Vejo que ele se remexe, desconfortável.
- Pode falar Slay - digo colocando uma mão em seu braço em sinal de conforto. O considero muito meu amigo. Passamos por bons e maus bocados, e quero estar aqui para ele, já que ele esteve para mim. - Confie em mim.
Ele aponta com a mão para a escada, e entendo o que quer dizer. Tiro os meus sapatos e começo a descer. Olho para trás e vejo-o me seguindo de cabeça baixa. Preocupação me pega forte, por não saber o que se passa com meu amigo. Meu sentido de mãe diz que ele quer desabafar então ao invés de parar na sala, quando termino de descer as escadas, caminho em direção ao jardim, onde ele pode se sentir confortável o suficiente para me contar o que quer que seja.
Encontro um banquinho branco, feito de aço. Pelo menos não vai quebrar. E me sento nele.
Slay se senta do meu lado. Jogando as pernas de qualquer jeito. Nada elegante, posso afirmar. Mas o que estou pensando? É Slay.
- Eu - ele se vira para mim - queria, apenas. Escuto-o limpar a garganta. Desabafar.
Choque me toma e por um momento eu não sei o que dizer. Em todos esses anos eu sempre tive uma resposta para tudo. Inferno, até tive uma resposta para quando descobri sobre esse mundo mágico. Mas agora? Eu não seio que dizer.
- Er... você não precisa escutar. Eu...
- Hey, eu só fiquei um segundo sem falar. Me dê um tempo okay. Você não é do tipo "adoro - fofocar - com - as - amigas" então calma. Pode falar, sobre o que é?
- Eu sempre fui muito fechado, mas gostava de sexo com as mulheres. Meu corpo se desenvolveu mais do que o dos outros adolescentes e acabei parecendo um homem antes de ser realmente um. Sendo um adolescente isso soava muito legal sabe. - ele para de me olhar e encara as flores a nossa frente - eu vivia sendo assediado pelas professoras aos 15 anos, já que eu parecia ter pelo menos uns 19. Até que ela veio. - seu olhar endurece, e uma mão encosta no cabo da faca, eu deveria ficar apavorada, mas me forço a relaxar.
Confio em Slay e ele não vai fazer nada comigo.
- Ela era minha professora. Tinha acabado de se formar para a profissão e era totalmente nova. E não tão mais velha do que eu. Todos os meus amigos riam da cara dela a cada segundo da sua aula. mas algo no meu peito sempre me disse para cuidar dela. Ela era tão inocente, tão calma, mesmo com todo mundo fazendo a festa e pouco se importando para o que ela dizia.
Um dia depois da escola a encontrei chorando no caminho para o estacionamento.
Seus grandes olhos azuis, turvos pelas lágrimas, despertaram algo em mim.
Conversei com ela no dia, e ele confessou que alguns dos alunos riam por ela ser tão pacífica e não uma bruxa como nossas outras professoras. Eu a ajudei até o carro. Conversamos mais um pouco e ela se foi. Briguei com os meninos depois disso, e desse dia em diante ele ficava cada dia mais feliz com a nossa turma. E eu com ela. Passei a ajudá-la até o carro muitas vezes e em uma dessas acabamos nos beijando. Foi o melhor beijo da minha vida. Eu fui me apaixonando. Cada segundo com ela era o melhor. Levamos nossa relação tão a sério que me mudei de escola só para que isso não manchasse a reputação dela. Ficamos juntos por 3 anos. Eu sei, eu tinha apenas quinze anos na época, mas meus pais nunca realmente se importaram comigo.
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Sedução Felina - Aaron
RomanceLIVRO REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL! PLÁGIO É CRIME "Eu gostaria que tudo fosse diferente, gostaria de ter controle sobre o que sinto. Mas com ele é tudo tão intenso que as vezes me da até medo. Seu jeito, sua voz, quando o vi pela primeira vez...