Sedução Felina - Aaron

Capítulo 1

Chegou o diaa!!!! Quero que aproveitem, gostem ou não quero que comentem porque amo ver os comentários. Postagens todo sábado e se tiver algum erro me avisem. Agora aproveitem nosso leão.

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Meu cérebro da pane. Nunca na cidade de Nápoles, Itália, seria possível ver um leão na rua. Mas parece que eu estou enganada.

A tensão se instala e nos encaramos. Como em uma montanha russa, em que não adianta gritar ou tentar fugir. Você tem que passar por aquilo. Estou presa em sou olhar amarelado. Devo correr, me esconder, ou até mesmo gritar como uma garotinha indefesa, o que sou na verdade. No entanto a sensação que tenho é de segurança, quanto mais o olho mais me fascino. Como algo tão perigoso pode ser belo? Como algo feroz pode ser delicado? Como algo assustador pode ser confortante? Como algo majestoso como ele pode ter tanto poder brutal?

A respiração pesada é audível e por mais estranho que seja, estamos ambos, assim. Meu peito dispara e eu travo. A garganta fecha, sinto cada resquício de sanidade indo embora. Por que não corro? Não salvo minha vida? Seu olhar queima. Dou tudo para saber o que se passa pela sua cabeça. Não acredito que animais sejam irracionais. E no meio desta reflexão não percebo quando ele começa a andar.

Quando me dou conta o vejo na minha frente. Não é um leão normal, mais alto, dotado de uma coloração caramelo, e uma juba mais escura.

Me encolho na parede, como se um milagre fosse acontecer e eu atravessasse-a, ou mesmo me fundisse com ela, esperando desnecessariamente o fim desta situação. Pela segunda vez estou enganada.

Nos observamos pelo que parece uma eternidade, por fim deixo meu corpo escorregar tocando o chão úmido de um beco qualquer. A realidade me atinge. Sentada a imagem que obtenho dele é de realmente um rei, altivo, intocável, superior.

- Só por favor não me mate - peço sussurrando.

O leão abaixa a cabeça, nossos narizes se encostam. Sinto meu peito doer como se fosse meu último suspiro, meu último sopro de vida. E como dizem, vejo minha vida passar, toda minha infância, adolescência até meus vinte anos hoje. Cada poro me alerta perigo.

Provavelmente estou com um cheiro nada agradável devido a transpiração.

Mas não me importo, pois sei que meu período de vida se dá agora. O minuto final é o que eu tenho. E o mais irônico? Não morrerei como sempre pensei. Fazendo coisas boas, ajudando pessoas, ou mesmo me descobrindo cada dia mais. Todos os sonhos, lugares para ir e comidas para provar, serão jogados ao vento. Todo um destino planejado termina pela vontade de um leão. Pois a única certeza que tenho neste momento é que vou morrer. Fecho meus olhos e aguardo a sentença final. Desejo apenas que exista vida após a morte e que eu possa realizar o que me é negado nesta. Espero em silêncio a consagração do ato.

Nossas cabeças chegam mais próximas.

Eu posso absorver cada detalhe.

E então, quando ele se aproxima para me matar...

Sua testa toca a minha.

Recua um passo e curva-se, me idolatra como se fosse uma rainha ou algo especial para ele. Olho em seus olhos agora azuis e percebo que a sensação de medo não existe mais.

Virando-se ele se vai sem olhar para trás.

Um segundo, uma hora... Não sei exatamente até eu me levantar e caminhar em direção ao ponto de ônibus. Eu sofro uma tentativa de estupro e quem me salva? Um leão. Não faz sentido.

Quarenta minutos e dezessete segundos depois. Não que eu estivesse contando. Chego em minha humilde casa, não moro no centro, meu velho avô possuía um vinhedo, e este ficou para mim como herança.