À Margem do Proibido

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Henrico bebeu um gole do álcool e olhou ao redor do escritório imponente de seu amigo, estendendo o suspense de suas falas de forma a dramatizar o que viria a dizer.

_Diga logo, Henrico- diz Edward apenas segurando a bebida entregue e ignorando experimenta-la.

_Não sou um vilão para que fique assim, meu amigo- diz Henrico se defendendo com ironia.

_E quem seria? Eu que estou decido a casar?- diz Edward com desgosto por falar de sua decisão.

_ Eu vi como olha para aquela mulher...

_Se refere a Lana?- diz Edward em tom de descrença. Sempre negava a si, sabia que a olhava e que ela poderia estar bem vestida mesmo com suas roupas mais casuais do dia dia e, claro, era  bela aos seus olhos, mas Edward achava que sua face, em sua mente pelo menos, sempre transpareceu formalidade e indiferença pela jovem mulher. Pobre Edward, que se iludia achando que seus olhos não se estremeciam e entregavam muito mais do que achava.

- A chama pelo primeiro nome, Visconde?- diz Henrico com um sorriso divertido que ele tampa bebendo um gole do whisky.

_Ela é professora da minha irmã, Henrico. Sabes disto?- diz Edward cedendo um pouco da discussão.

_A sua irmã me disse. Desde quando isso importa para você?- Henrico fala cruzando os braços e assistindo seu amigo pensar na resposta.

_Henrico, você, pelo que conheço, seria o primeiro a dizer para que eu me case com Stela e que Lana poderia ser minha amante.

_ Ela poderia ser uma amante?- Henrico fala com a sobrancelha levantada, sabendo a resposta e Edward também sabia. Na verdade nunca a desejara assim, como um papel secundário para apenas momentos e sabia que  Lana era diferente de qualquer diversão que tivera. O seu intuito agora era se casar e Lana apartar de sua vida, queria esquecê-la, deixá-la ir, poderia ter duas amantes ou três, pois não amava Stela, tão pouco gostava de sua presença, mas nunca teria Lana como naquele maldito lago.

_Alguns vivem sem amor, mas outros declinam profundamente, quem você é?- Senhor Palles corta o silêncio com um questionamento retórico.

_Henrico, acho... acho que está poeta demais! Não sei o que lhe ocorreu repentinamente, sugiro que procure bordéis, diversões e parta para viagens melhores porque eu sei que não é ingênuo assim. Sabe que todos acabamos nos casando hora ou outra, cumprimos papéis, e seguimos a vida!- Edward se irrita despejando opiniões sem paciência alguma.

Então em meio suas palavras  um riso debochado nasce no rosto de Edward, sobre algo absurdo que passa em sua mente:

_Você diz como se o amor fosse uma prática recente em sua vida - um barulho semelhante a um riso debochado e curto escapou de Edward pelo absurdo que seria seu amigo apaixonado.

_Talvez eu acredite verdadeiramente no amor. - Henrico dá de ombro e finaliza a bebida.

_ Está brincando, não está?- Edward diz assustado com o que descobria, seus olhos levemente arregalados e face séria, não crendo que Henrico ultrapassando feitos de Edward, poderia trazer a mesa o assunto de amar alguém.

_  Eu não quero mais conversar sobre isto com você. Faço meu último questionamento: Deve continuar negando a si mesmo sobre o que você pode sentir? - Henrico fala acabando com a bebida de seu copo em uma golada rápida e Edward o olha com estranheza.

_ E sobre o que acabou de me sugerir de eu ir a bordéis, Edward. Eu fiquei sabendo de suas noites mais cheias do que nunca em bordeis, sua brigas ficaram famosas por esta semana. Tem tentado preencher o que lhe está atormentando e que nunca terá, não é? Eu o conheço melhor que qualquer um.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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O Desafio dos Corações OcultosOnde histórias criam vida. Descubra agora