Capitulo VI

49 7 73
                                    

◌◌◌ Matt ◌◌◌

Parado diante da imponente janela panorâmica do meu escritório, situado no topo de um dos maiores arranha-céus de Nova York, poderia sentir-me poderoso por ter erguido um verdadeiro império. No entanto, naquele momento, mais do que nunca, me sentia pequeno e perdido.

Durante três encarnações, dediquei meus esforços e recursos para encontrá-la, mas tudo foi em vão. Agora, que finalmente estava tão próximo de trazê-la de volta, simplesmente estava à beira de um colapso emocional.

Fechei os olhos e mergulhei profundamente no passado. Após dominar a técnica, retornar às memórias de vidas passadas tornou-se mais simples. Era como navegar pela internet; bastava focar em um ponto específico que desejava lembrar, e a magia do processo buscava a informação entre as reminiscências.

Voltar para aquele momento específico sempre fora doloroso: o dia em que a perdi.

Na escuridão do inverno irlandês, as florestas assumiam uma aura misteriosa e encantadora. Os ramos despidos das árvores se estendiam para o céu, como dedos retorcidos em direção às estrelas. A neblina pairava entre os troncos, lançando um véu etéreo sobre o cenário.

Os sons da natureza eram abafados pelo manto branco que cobria o chão da floresta. O crepitar distante de galhos quebrando sob o peso da neve ecoava suavemente, enquanto o vento sussurrava segredos através dos bosques adormecidos.

À luz pálida da lua, os contornos das árvores pareciam ganhar vida própria, dançando em meio à penumbra como espectros fugazes. A mente podia facilmente se perder na vastidão silenciosa da floresta, onde cada som sussurrado e cada sombra movida despertava a imaginação.

No instante seguinte, a quietude da floresta foi abruptamente substituída por um som agoniante. Um arrepio percorreu minha espinha enquanto meus sentidos se aguçaram.

Olhei ao redor, tentando localizar a origem do som, mas a escuridão densa da noite e a neblina cerrada tornavam difícil distinguir qualquer coisa além das sombras dançantes.

O som continuou, cada vez mais próximo e mais angustiante. Uma sensação de inquietude cresceu dentro de mim, enquanto meu coração batia freneticamente no peito.

Com passos alarmados, temendo pelo pior, avancei decidido na direção do som angustiante que ecoava pela floresta. Cada passo parecia ecoar alto demais na quietude da noite, enquanto minha mente se debatia com preocupação

- Eles estão aqui- Sussurrei para mim mesmo, no exato momento em que comecei a correr.

O caminho por onde eles haviam passado estava em chamas, as árvores crepitavam e rugiam com o fogo que as devorava implacavelmente. O calor intenso irradiava da floresta em chamas, transformando o que antes era um lugar tranquilo em um cenário de caos e destruição.

Com um soluço sufocado, cheguei à beira do penhasco e meus olhos encontraram os dela, fixos em mim com uma expressão de desespero indescritível. O fogo envolvia seu corpo, dançando ao redor dela como uma cortina de chamas.

Um grito preso na minha garganta enquanto eu assistia impotente à cena se desenrolar diante de mim. Cada lampejo de chama parecia queimar não apenas a floresta, mas também minha alma, consumida pela impotência, eu havia chegado tarde demais.

Instintivamente, estendi a mão em sua direção, querendo alcançá-la. Mas a distância entre nós era intransponível, uma lacuna que nem mesmo meu desespero poderia atravessar.

Com um último olhar, nossas almas conectadas em desespero, ela implorou em um sussurro angustiante: "Proteja nosso povo." Suas palavras ecoaram em minha mente, mas antes que eu pudesse responder, antes que pudesse prometer que faria o que fosse necessário para cumprir seu pedido, ela se lançou no abismo, envolta em um rodopiar de chamas que pareciam dançar ao redor dela, levando consigo seus inimigos.

Elementary: O despertar das chamasOnde histórias criam vida. Descubra agora