Capítulo XV

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◌◌◌ Nath ◌◌◌

Quando voltei a mim, estava em um lugar desconhecido. A escuridão era total, interrompida apenas por um leve zumbido, talvez de um gerador ou algum equipamento elétrico próximo. O chão frio sob mim era áspero, e minhas mãos estavam amarradas. Tentei me mover, mas a dor nas articulações me fez parar. O medo e a confusão se misturavam, criando uma sensação sufocante de pânico.

Lentamente, meus olhos se ajustaram à escuridão. Percebi que estava em uma sala ampla e sem janelas, provavelmente um galpão de depósito ou algo semelhante. O cheiro de mofo e a umidade no ar confirmavam minhas suspeitas. Tentei me lembrar do rosto do homem que me atacara, mas era inútil – tudo estava turvo e confuso.

O silêncio foi quebrado pelo som de passos se aproximando. Meu coração acelerou quando a porta se abriu, revelando uma figura imponente. A luz fraca do corredor iluminou seu rosto apenas parcialmente, mas pude ver o sorriso cruel que ele exibia

-Finalmente acordou- Disse ele, sua voz gélida enviando um arrepio pela minha espinha. -Você não parece tão poderosa agora garota.

-Quem é você? O que você quer? - Minha voz saiu rouca e fraca, mas tentei soar firme.

-Você pode até não saber quem sou, mas eu sei muito bem quem você é, ou será que deveria dizer "O que você é" - A risada dele era cruel e cortante.

"Poderosa", "O que eu sou"? Do que esse maluco está falando? Pensei acidamente. -Você deve estar me confundindo, senhor, por favor me deixa sair daqui- Pedi, tentando manter a voz calma e racional.

Ele deu um passo à frente, inclinando-se para olhar diretamente nos meus olhos. -Confundindo? Não, eu não estou confundindo nada. Você é a chave Nathalie.

-Eu não sei do que você está falando- Insisti, tentando desesperadamente entender a situação. -Sou apenas uma empresária do interior que está aqui a negócios, não tenho nada a ver com o que você está dizendo.

Ele balançou a cabeça lentamente, como se estivesse decepcionado. -Você realmente não tem ideia, não é? Matthew não te contou nada?

Continuei fitando-o sem entender absolutamente nada. A confusão me deixava ainda mais assustada.

-Que ironia do destino, não é mesmo? - Ele disse com um sorriso de escárnio. -Finalmente encontramos a poderosa elemental das chamas, reencarnação de Branwen a Impiedosa, e ela não se lembra de absolutamente nada.

As palavras dele reverberaram na minha mente, mas pareciam não fazer sentido. -Elemental das chamas? Branwen a Impiedosa? Do que você está falando?

-Ah, Nathalie- Ele suspirou, como se explicasse a uma criança. -Você é mais do que uma simples garota do interior. Você é a reencarnação de Branwen, uma poderosa guerreira com a habilidade de controlar o fogo. Matthew sabia disso, ele é o seu complemento, o elemental da água.

Olhei para ele confusa.

Ele continuou. -Ele te procurou por séculos, é nos, da Ordem dos Quatro Reinos tentamos impedi-lo, mas agora ele te encontrou, e a profecia diz que somos os únicos que podemos deter a Caos e a destruição que vocês elementais estão destinados a disseminar.

Minha mente girava enquanto tentava processar essa revelação absurda. -Eu não sou nenhuma guerreira, e certamente não tenho poderes.

-Você pode não se lembrar deles, mas acredite, você tem- Diz ele com um semblante assustador. -O fogo te atrai, te hipnotiza, ele aparece nos seus sonhos, e inclusive quando suas emoções se descontrolam.

Elementary: O despertar das chamasOnde histórias criam vida. Descubra agora