Sobre as Nossas Mentiras e Vitórias - Livro 1 da Série Elite Fight

Capítulo 11

Capítulo 11

Ava Lincoln

— Oi? — Eu devia ter ouvido errado.

— A sua ideia é genial! — disse, ainda mais convicto. — Podemos dizer que foi minha, inclusive. — Seu humor até estava retornando.

— Acho que não estou entendendo. — Ao que parecia, algum de nós dois estava meio fora da realidade.

Thomas sorriu e, então, ficou de pé, parado bem diante de mim.

— Você tem toda razão, um namoro decente é tudo que o Gualtieri precisa para começar a limpar sua imagem. Claro que nossa equipe já está trabalhando para esclarecer todos os fatos e tentar frear aquele tsunami de loucura que é Tessa, mas um relacionamento será a cereja do bolo.

— Ah! — Pelo menos, me senti aliviada por ele não estar me achando maluca. —Bem, sendo assim, fico feliz em ter ajudado. E, claro, pode assumir a paternidade da ideia!

— Boa garota!

Ele me analisava e de um jeito que me deixou em alerta. No entanto, logo baixei a guarda, talvez fosse o único momento do dia em que enxergou uma luz no fim do túnel e era compreensível que estivesse meio eufórico.

— Vou para casa, Thomas. — Também fiquei de pé. — O dia foi tenso em todos os cantos dessa academia, quero um banho relaxante e minha cama.

Aproximei-me para beijar seu rosto em despedida quando ele me parou segurando em meus ombros.

— Não. — O encarei, confusa. — Espera um pouco. — Pediu e então exalou um suspiro. — Isso do namoro de mentira realmente pode dar muito certo. Lucas tem muitas fãs, a mídia o chama de bad boy e mulherengo, um relacionamento saudável vai totalmente de encontro a essa imagem. Será impactante! — Ah, como imaginei, ele estava mesmo animado! — Mas não pode ser qualquer pessoa. — Um frio na espinha começou a querer me paralisar. — Na verdade, nem sei quem aceitaria isso. E precisa ser alguém de confiança.

— Vejo que está empolgado! — Minha voz saiu incerta. — Tenho certeza de que vai logo arrumar uma excelente pessoa para o posto.

Nervosa, tentei me virar para ir embora e, mais uma vez, Thomas me impediu.

— Ava! — Minhas pernas tremiam. — Tem que ser você — afirmou, firme, cheio de certezas, como se não estivesse me pedindo algo tão ruim. E eu ainda tinha coragem de chamá-lo de amigo. Credo.

— Claro que não — respondi imediatamente. — Está louco?

Com as duas mãos na cintura, eu olhava indignada para Thomas.

De repente, era como se ele tivesse sido tomado por um estado de completa calmaria. O homem estava sereno, com um sorriso no rosto e demonstrando estar totalmente disposto a me convencer. Mas não iria. Não mesmo.

Era mais fácil o inferno congelar do que eu aceitar aquela loucura.

Bem feito para mim que fui dar uma de salvadora da pátria. Lucas é um lutador milionário, paga uma fortuna por uma equipe completa, eles que se virassem.

Maldita hora que fui abrir minha boca.

Maldita hora que fui gostar tanto de comédias românticas.

— Ouviu o que eu disse anteriormente? — perguntou calmamente. — Não pode ser qualquer pessoa, precisamos de uma mulher de confiança. Além disso, você o detesta, não corre o risco de cair de amores pelo idiota que é meu amigo e cliente.

Fodas?

Desde quando me tornei responsável pelos BOs do Gualtieri? Era só o que me faltava.

— A resposta é não, Thomas — respondi, tentando demonstrar estar ainda mais calma do que ele. — Adoro você, te ajudaria sem pensar duas vezes, mas está fora de cogitação fingir ser namorada do Lucas.