Capítulo 06

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Capítulo 06

Ava Lincoln

Aos finais de semana, eu ia à Elite apenas para malhar e dar uma rápida supervisionada nos serviços, forçava-me a tirar uma folga, pois os demais dias eram sempre muito intensos.

No entanto, ontem eu meio que não estava prestando para nada.

Maldita ressaca.

Sério, eu quase nunca bebia. E, quando o fazia, não era para experimentar a morte no dia seguinte.

Mas não sei o que me aconteceu na Magazine. Eu, que não tenho resistência com bebidas, resolvi que era uma boa ideia provar diversos drinques diferentes.

Em um dado momento dentro da balada, que claramente ter cedido ao pedido da minha amiga foi a minha pior decisão dos últimos tempos, sentia minha cabeça girar, um gosto na boca que começava a ficar estranho e a sensação de estar flutuando enquanto caminhava entre aquele mar de gente.

Ellie conversava com um cara com quem já ficou algumas vezes e achei melhor ir para o bar, ao menos lá poderia me sentar um pouco e ver se aquela sensação ruim passava.

Não passou.

E ainda tive que lidar com alguns idiotas que vieram puxar assunto e encher o meu saco. Iria encerrar a noite, pegava o telefone em minha bolsinha para mandar uma mensagem a minha amiga, avisando que iria embora, quando um homem sentou na banqueta diante de mim.

Bem, o lugar estava vago e não haveria qualquer problema que alguém o ocupasse, mesmo que tivesse outros disponíveis. No entanto, o infeliz rapidamente começou a se insinuar para cima de mim, dando a entender que se eu estava ali sozinha era porque procurava uma companhia masculina.

Mas que porra?

Respirei fundo, disse que não queria conversa e que, inclusive, estava encerrando a noite.

Mas ele me ouviu?

Claro que não.

O desgraçado em um único movimento, girou a banqueta em que eu estava e abriu as pernas ao redor dela, de forma que fiquei "presa" diante dele.

Xinguei-o, pedi que me deixasse passar, mas ele insistia e dizia que eu não precisava ser tão chata.

Que ódio.

Naquele instante, senti como se todo o meu porre tivesse passado. Meu coração batia acelerado e comecei a ficar muito receosa com o desfecho que aquela história poderia tomar. O homem era muito maior que eu, o movimento no bar estava grande e eu duvidava que o barman tivesse percebido o que acontecia comigo, claro que eu poderia tentar chamar um segurança, mas quem me garantia que eu conseguiria sem que antes ele me arrastasse para algum canto da boate?

Sentia os meus pés trêmulos e o ar denso, como se eu fosse sufocar a qualquer momento.

O homem falava besteiras e plantou uma mão em minha perna que eu não consegui afastar.

Queria chorar, o desespero tomando conta de mim.

Até que a última voz que eu imaginei escutar, surgiu como uma salvação para mim. Como assim?

Tudo bem que encontrar Lucas Gualtieri em uma balada não devia ser uma surpresa, já que ele vivia em noitadas, mas como foi que ele me viu e compreendeu que algo ruim me ocorria?

O espanto por encontrá-lo foi tão grande, misturado com a sensação esquisita de assisti-lo colocar o desgraçado assediador para correr, que eu não conseguia pensar em nada.

Se não fosse aquela situação de merda, eu até poderia narrar sobre o peso da sua mão enorme em minha cintura.

Não, Ava, tenha dignidade, você não vai fazer nenhum comentário sobre a pegada dele.

Sobre as Nossas Mentiras e Vitórias - Livro 1 da Série Elite FightOnde histórias criam vida. Descubra agora