Capítulo 1

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22 de abril de 1450

*Harry*

Guerra. É esta simples palavra que está a destruir o mundo. É esta simples palavra que me está a fazer despedir.

A minha mãe encontrava-se com lágrimas nos olhos, enquanto o meu pai a consolava. A minha irmã também começava a chorar neste momento. Eu ainda tentei os deixar mais descansados, dizendo que tudo iria ficar bem.

Mas quem é que eu estou a tentar enganar? Eu vou para a guerra, dificilmente isto vai acabar bem.

Estava agora a sair de casa. Era de manhã e eu tinha de ir para o cais para me juntar ao resto dos soldados que iam combater.

Este era o primeiro ano em que eu ia para a guerra. Não era por vontade própria como é óbvio, mas eu tinha de ir todos os homens tinham. Eu tinha apenas 18 anos, era um dos soldados mais novos, havia soldados com idades desde os 16 anos até alguns com mais de 60 anos.

Eu até fui surtudo, porque eu só fui para a guerra aos 18 anos, mas podia ter ido com 16 ou até mesmo mais cedo. Mas só me chamaram agora, à poucos dias.

O nosso barco acabava agora mesmo de chegar, e soldados começavam agora a entrar. Quando já lá estava dentro reparei que aquilo era uma confusão. Eram demasiadas pessoas só num barco, de maneira a que quase todos iam em pé.

A viagem ia levar no mínimo 1 dia, iríamos chegar a território inglês e quando desembarcase-mos cada soldado iria buscar um cavalo, e iríamos o resto do caminho até chegar a França.

- É a tua primeira vez na guerra?- ouvi uma voz ao meu lado, calculei que fosse para mim por isso olhei para o lado e encontrei um rapaz novo, loiro de olhos azuis não muito alto, pouco mais baixo que eu. Parecia assustado, com medo no olhar.

-Sim é a primeira vez. Tu também?- perguntei ao rapaz. Não me apetecia muito falar com alguém, mas também não ia ignora-lo, e aliás quem sabe fosse bom para a viagem parecer passar mais depressa. Eu por um lado perferia continuar no barco do que chegar a França e começar a combater, mas também estar num barco cheio de gente, todo sujo e com ratos também não me deixava lá muito interessado.

-Sim, também é a primeira vez.- o rapaz respondeu-me sempre com aquele olhar triste e assustado. Também é basicamente impossível alguém estar feliz a poucas horas de estar em plena guerra.

-Como te chamas?- perguntei ao rapaz, pois não queria passar o caminho todo só a olhar para o mar, e tenho quase a certeza que ele também não.

-Kevin, e o teu?

-Chamo-me Harry, Harry Styles.

-Pareces novo, que idade tens?

-Tenho 18 e tu?

-16, sou um pouco mais novo que tu.-senti pena do Kevin porque ele é obrigado a ir para a guerra só com 16 anos, sei que não sou muito mais velho que ele, mas mesmo assim tive dois anos a mais na minha vida que pude aproveitar com a minha família. Sei que dois anos não é muito mas nestas situações é muito bom mesmo.

-Vieste demasiado cedo para a guerra.

-Tu também, aliás ninguém devia ir para a guerra, novo ou velho.- comecei a pensar no que o Kevin me disse, e sim ele tinha razão a guerra não devia existir muito menos obrigarem rapazes como nós a virem para a guerra. Isto não é vida para ninguém. Se alguém quer ir combater para a guerra, oque eu duvido, então vá por vontade própria.

-A guerra nem devia existir.- disse aquilo que eu realmente achava.

-Isso, realmente é verdade.

-Acho melhor tentarmos descansar um pouco, está a ficar de noite e a partir de amanhã não vamos ter descanso.- disse pois era verdade eu nem sei quantos dias eu duro na guerra e sei que não vamos descansar.

-Sim, concordo que é melhor. -naquele momento havia alguns soldados que começavam a distribuir um pouquinho de comida a cada um.

Quando me deram a mim a comida, olhei para aquilo e reparei que era mesmo muito pouco e o pior de tudo, era peixe conservado em sal. Tinha muito mau aspeto. Mas neste momento eu não podia tar com esquisitices, talvez isto seria a única coisa que eu iria comer em muitos dias.

Quando acabei de comer tentei encolher-me ao máximo para me sentar no chão. Queria ver se dormia um bocado de noite. Reparei que o Kevin ao meu lado fazia o mesmo. Quando já estava sentado fechei os olhos e descansei.

[...]

Acordei com a luz do dia já existente. Já não devia faltar muito para chegarmos. Reparei que o Kevin já estava acordado então aproveitar para lhe fazer uma pergunta.

-Kevin?-toquei-lhe ao de leve no ombro.-Sabes se vai demorar muito tempo a chegarmos?

-Não acho que devemos demorar à volta de uma hora. Pelo menos foi o que eu ouvi comentar por aí.

-está bem, obrigado.

-De nada.- disse com um pequeno sorriso nos lábios, sorriso que eu sei que era forçado, mas retribuí o sorriso.

Deixei-me ficar sentado durante algum tempo. Depois levantei e começamos a avistar terra. Estávamos a chegar.

O barco estava cada vez mais próximo de terra, até que chegamos ao cais. Começaram a sair toda a gente até que os nosso superiores nos levam até uma cerca relativamente perto do cais.

Lá encontravam-se muitos cavalos. Cada soldado ia lá e escolhia um cavalo. A maioria dos cavalos eram castanhos e pretos. Mas ouve um que me chamou à atenção, era cinzento escuro com uma crina mais clara do que o resto do pelo. Já tinha decidido aquele era o meu cavalo, e eu ia o conseguir antes de outro.

Comecei a furar o monte de pessoas que se encontrava à minha frente. Andei o mais rápido possível quando vi que havia outro homem a andar na direção do meu cavalo. Cheguei primeiro que ele, tinha conseguido o cavalo que eu queria. Agora a próxima coisa a fazer vai ser dar-lhe um nome, ele vai ser o meu companheiro na guerra por isso vai ser tratado como uma pessoa. Ele vai ser o meu amigo, e quem me vai apoiar apartir de agora.

Sempre adorei animais, com eles é fácil de falar eles ouvem-nos, e por pior que estejamos ele deixam-nos sempre melhor, principalmente quando nos dão aqueles carinhos inesperados. E também porque eles não mentem, eles não fingem gostar de alguém eles quando gostam, gostam de verdade.













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