Capítulo 4

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* Lorraine*

Quando parei de ouvir barulhos do andar de baixo decidi sair do meu quarto, e ir ver como estava o meu pai.

Desci as escadas a correr até que chego à sala e me deparo com vários homens mortos no chão. Aquele cenário deixou-me um pouco perturbada, nunca tinha visto nada assim. Eu sei que estamos em altura de guerra e este tipo de coisas está sempre a acontecer, mas o meu pai sempre me protegeu do mundo exterior. Eu não saio de casa sem a minha ama ou acompanhada por alguém da minha família, e agora com a guerra é ainda mais raro eu sair, as minhas saídas resumem-se a passeios no jardim da minha casa.

-Minha querida oque faz aqui em baixo? Está tudo bem consigo?- o meu pai perguntou-me com uma voz preocupada.

-Sim meu pai está tudo bem comigo, mas eu percisava de saber como o senhor está. Está tudo bem? Não se magoou?

-Não. Eu estou bem, mas Lorraine minha querida você não devia estar cá em baixo.

-Eu sei mas eu fiquei muito preocupada com o senhor.

-Agradeço a sua preocupação, mas agora volte para o seu quarto.

-Sim meu pai eu vou já.- dei um beijo no rosto do meu pai e voltei para o meu quarto.

Tinha de me ir arranjar, pois às oito em ponto janta-se na minha casa e o meu pai não admite atrasos.

-Monique.

Pouco tempo depois vejo a minha ama a entrar no meu quarto.

-A menina chamou?

-Sim. Prepare-me por favor um banho quente e a minha roupa para eu vestir para o jantar.

-Claro menina.

Enquanto esperava que a minha ama me preparasse o banho fui ler mais um pouco do meu livro. É basicamente a única coisa que eu faço é ler, o meu pai tem uma biblioteca nesta casa por isso estou sempre a ler livros diferentes. Os livros e a minha ama são o que me fazem companhia, o meu pai anda sempre ocupado com o trabalho e a minha mãe também quase nunca tem tempo para mim. Às vezes isso deixa-me um pouco triste mas eu tenho a Monique ela é como uma mãe para mim é ela que cuida de mim.

-Menina Lorraine o seu banho já está pronto.- ouvi a minha ama a chamar-me.

-Muito obrigada Monique.- agradeci gentilmente à minha ama.

-Ora essa menina.

Entrei na casa de banho do meu quarto e comecei a despir o meu vestido, logo de seguida o corpete, as collants e a minha roupa interior. Fui entrando devagar na banheira, a água estava um pouco quente mas sabia bem. Fiquei lá um pouco a relaxar mas logo depois comecei a lavar os meus longos cabelos ruivos e o meu corpo. Quando já tinha acabado de tomar banho saí da banheira e enrrolei-me no meu robe. Entrei no quarto e comecei a vestir-me. Ia usar um vestido creme para o jantar, era um vestido simples comparado aos outros que eu tinha, para dizer a verdade eu não gosto muito deste tipo de roupa porque tenho de usar corpetes e eu odeio mesmo muito corpetes eles apertam-me imenso, mas tenho de os usar, eu sou filha de um general importante tenho de estar sempre muito bem apresentável.

Faltava agora poucos minutos para as oito da noite. Eu já estava pronta para o jantar, desci as escadas da minha casa e diriji-me à sala de jantar. Lá já se encontrava a minha mãe.

-Boa noite minha mãe.

-Boa noite minha querida.- as conversas com a minha mãe nunca passavam muito disto, é pena.

Fui me sentar no meu lugar na mesa enquanto esperava o meu pai chegar para o jantar. Pouco tempo depois ele chegou mesmo às oito e ponto.

-Boa noite querida, boa noite filha.

-Boa noite meu pai.

-Está melhor Lorraine?

-Sim meu pai eu já me sinto muito melhor.- fiz um leve sorriso para mostrar que o que eu vi à pouco na sala não me tinha afetado.

-Ainda bem minha querida.

Começaram a servir o jantar, e nós começamos a comer todos em silencio. Posso dizer que era um silêncio um pouco constrangedor mas de certa forma eu já me habituava a isso, era sempre assim, a não ser quando tínhamos visitas.

Já tinha acabado de jantar, esperava agora que meu pai e minha mãe também acabasse para eu lhes pedir permição para ir para o meu quarto.
Não me podia levantar da mesa sem a permição do meu pai porque isso é uma falta de respeito para com ele, e ele iria ficar muito chateado com isso, é também é uma questão de educação. Quando eles finalmente acabam de comer decido pedir para ir para o meu quarto.

-Senhor meu pai dá-me permição para ir para o meu quarto descançar?

-Claro minha querida pode ir.

-Obrigado. Boa noite meu pai, boa noite minha mãe.- despeço-me dos meu país com um leve beijo na bochecha de cada um.

Caminho até ao meu quarto. Quando chego lá começo a preparar-me para me deitar. Dispo o meu vestido e o resto da roupa que tenho e visto a minha camisa de dormir. Entro dentro da cama e fico a ler o resto do meu livro. Parece que amanhã tenho que ir buscar um livro novo a biblioteca porque este já está a acabar.

Quando acabado de ler o livro fico um pouco triste porque ele acabou e eu ainda não tenho sono nenhum, mas parece que vou ter de dormir.
Apago a luz, encolho-me dentro dos lençóis e fecho os olhos tentando dormir, mas não está a resultar. Não consigo parar de pensar naqueles homens mortos no chão da sala da minha casa. Começo a concentrar-me em coisas boas para tentar dormir, e parece que começa a funcionar.

[...]

Acordo de repente tinha acabado de ter um pesadelo. Outra vez com aqueles homens mortos, quando é que isto vai deixar de me atormentar?

Decido sair da cama e ir dar uma volta pelo Jardim da minha casa para espairecer um pouco. Desço as escadas devagar para não acordar ninguém e saio pela porta da frente. Começo a passear ao lado das flores, até que chego ao sítio aonde têm as celas, é o único lugar neste Jardim de que eu não gosto. Queria ir embora dali mas reparo na janela de uma cela, e vejo que lá está alguém dentro. Quem será?

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