28. I'm sure

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Zayn se despediu amigavelmente antes de partir, deixando-me completamente desconcertada. Mesmo que não fosse sua intenção, sua maturidade exagerada me fez sentir como uma criança, egoísta e indecisa, brincando com as pessoas.

Culpar-me parecia mais fácil do que encarar a situação com a mesma sabedoria que ele. Fui à lanchonete para um trabalho que, admito, foi realizado de forma medíocre, deixando claro para Harper que as coisas não estavam bem.

"Está com a pá virada hoje?" ela perguntou com gentileza.

"Eu odeio essa merda toda," minha resposta veio impregnada de mau humor.

"O que houve?" sua voz era calma, mas cheia de preocupação.

"Liguei para Harry ontem, e ele vai mesmo embora," despejei as palavras com uma ponta de ódio, como se Harper fosse culpada pela minha raiva.

"E como eu posso te ajudar com isso?" sua resposta foi suave, como uma brisa reconfortante me deixando envergonhada pela forma como eu falava com ela.

"Então eu fui chorar no colo do Zayn enquanto ele cantava: Algumas coisas são destinadas a serem assim, pegue minha mão, leve toda a minha vida também, pois não posso deixar de me apaixonar por você" imitei a canção com raiva no olhar, mas segurando o choro "e eu me senti uma idiota, segura e amada e culpada, droga," desabafei, batendo com as mãos cerradas no balcão, minha frustração transbordando. "Não sei, Harper. Não faço ideia do que fazer. Ele é tão bom, e eu só queria conseguir esquecer toda essa bagunça e procurar meus pais. Mas então ele é nobre e sereno, e me compreende, e eu me sinto culpada por ter sobrevivido àquele acidente, por ter voltado para aquela cidade, por ter adormecido nos braços dele e gostado disso, enquanto meu coração se despedaça e milhares de pedacinhos ao pensar que Harry vai embora pra sempre para uma vida que não me cabe. Fico dilacerada, pensando em todo o tempo perdido, imaginando como seria se ele estivesse comigo desde aquele maldito dia em que ele não foi me buscar." terminei ofegante por tanto falar.

Harper me abraçou tão rápido que mal tive tempo de reagir, e em seguida permiti que algumas lágrimas escorressem pelo meu rosto, escondendo-me nos fios ruivos dela.

Após terminar meu turno, o Sr. Bennet se ofereceu para me levar para casa.

"Jude, eu não queria me intrometer, mas não pude deixar de ouvir sua conversa com a Harper. Como alguém que já enfrentou situações difíceis, inclusive sendo abandonado por alguém que foi o amor da minha vida, permita-me dar um conselho... Você é jovem e já passou por muitas coisas difíceis. Você é muito mais forte do que todos esses problemas amorosos e familiares..."

"Sua filha é uma tagarela," interrompi, mostrando que ele não poderia saber tanto apenas por aquela tarde. Bennet me deu um riso leve.

"O que estou tentando dizer é que você é capaz de superar qualquer coisa que te assuste. Você gosta do Harry e ele gosta de você, e todo mundo vê isso em cada discussão descabida que vocês já tiveram na lanchonete. Se você sentir que é verdade, dê uma chance, e se não funcionar, você vai sobreviver. O rapaz, Zayn, também gosta de você, e se for ele que você escolher... Se eles realmente se importarem com você, vão aceitar sua escolha e não vão te odiar por isso. A mãe da Harper foi um grande amor para mim. Eu deixei tudo para construir nossa família, mas ela acabou conhecendo um cara e nos deixou por ele. Foi difícil, mas entendi que poderia sobreviver e ser feliz sem ela, e ao contrário do que todos que me olham com piedade pensam, arriscar com ela foi a melhor coisa que eu fiz, porque eu tenho a Harper agora. Nenhuma experiência que vivemos nos deixa mais fraco, você sabe disso."

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