Como todas as manhãs, Bianca estava afundada sobre o banco do ônibus enquanto prestava atenção no PodCast que ouvia pelos fones.
As vezes respirava fundo irritada pelo homem que estava sentado ao seu lado e o xingava diversas pela falta do indivíduo não saber fechar a porcaria das pernas. Já que o mesmo, tinha as pernas bem abertas o que invadia um pouco o espaço pessoal de Bianca.
Ao encarar a paisagem pela janela, Bianca ajeitou-se sobre o banco e sentiu o coração acelerar ao se dar conta de que estava próxima do ponto onde Rafaella subia. Passou as mãos nervosamente umas nas outras e esticou o pescoço para poder observar o interior do ônibus. Ele estava cheio. Não havia lugares. Parece que todas as pessoas do Rio de Janeiro decidiu pegar o mesmo ônibus.
Onde Rafaella sentaria? Ou melhor, onde ela iria ficar em pé?
Tinha um espaço na frente da cadeira de Bianca, um jovem mais afastado, mas ainda sim perto. Bem se a mineira se apertasse um pouquinho, daria para ela ficar ali perto da morena.
Se afundando tanto em seus pensamentos, Bianca mal percebeu que o motorista parou e então ela subiu. Os olhos castanhos rapidamente capturaram a figura de Rafaella. Deus, ela era tão linda.
A mineira passou com difuldade pela catraca, já que carregava a mochila e algumas pessoas estava grudadas ali. Bianca revirou os olhos, queria poder gritar com todos e pedir licença para que a garota pudesse passar. Quando observou que Rafaella estava perto o suficiente, a carioca levantou a mão dando um aceno tímido e um sorriso curto.
A dona dos olhos verdes sorriu e se espremendo para passar entre as pessoas, ela chegou perto da cadeira de Bianca, de frente para ela.
— Bom dia, Bia. — A voz suave de Rafaella desejou.
— O-oi, bom dia.
Puta que pariu, Bianca. Você não consegue nem ao menos falar perto dela?
— Você está melhor? — Atrevendo-se, Rafaella levou a ponta dos dedos até o pequeno machucado na testa da carioca. — Não machucou tanto.
— An, eu tô, tô bem. — Bianca murmurou sentindo-se nervosa pelo contato da mais velha sobre sua pele. — Não foi nada demais.
— Que bom, Bia. Eu te procurei ontem, mas não achei.
— Fui embora cedo, não consegui ficar. Minhas mãos ardiam.
— Posso vê-las?
— Quem? — Questinou perdida nos olhos verdes.
— Suas mãos.
— O que tem elas?
— Eu posso ver elas, Bia? — Rafaella segurava um sorriso, o jeito atrapalhado de Bianca lhe encantava.
— Ah, sim! Desculpe, desculpe, pode ver sim.
Estendendo as mãos, Bianca teve os dorsos abraçados pela palma quente de Rafaella. A mineira abaixou-se um pouco para poder ver melhor os arranhões da carioca e lhe lançou um curto sorriso.
— Cuide direito disso e logo vai estar melhor.
— Obrigada. — As bochechas de Bianca coraram fortemente ao sentir os dedos de Rafaella passearem pelos seus.
O momento entre elas foi interrompido quando o ônibus parou e uma moça passou por Rafaella. Completamente sem educação para pedir licença, a desconhecida empurrou a mineira que supresa não conseguiu se apoiar muito bem e praticamente caiu sobre o colo de Bianca.
A mão de Rafaella se apoiou em uma das coxas de Bianca e a direita segurou nos ombros da mais nova. Já a carioca rodeou o braço pela cintura fina de Rafaella.
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AQUELA GAROTA DO ÔNIBUS
FanfictionAcho que você já deve aquela paixonite de ônibus, não é? Aquela em que você bate seus olhos na pessoa, seu coração acelera e você pensa: puta que pariu. Bianca experimentava isso todos os dias, toda vez que Rafaella adentrava o ônibus e inebriava aq...