AQUELA GAROTA DO ÔNIBUS

Capítulo 6 - Seja a minha garota

(Querida, segure as minhas mãos
Darling, just hold my hands

Seja minha garota, e eu serei a sua mulher
Be my girl, and I'll be your woman

Eu vejo meu futuro nos seus olhos
I see my future in your eyes)

– Perfect.

Bianca estava nervosa. Nunca esteve tão nervosa na vida.

É claro que a carioca já havia tido alguns encontros antes, mas era diferente. Hoje a noite teria um encontro com Rafaella. Não eram os garotos ou garotas com os quais costumava sair, era Rafaella, a garota cujo amor desejou durante dois longos anos. E agora parecia que finalmente estava perto de ter aquilo.

Bianca levantou os olhos outra vez e os fixou no espelho observando sua própria imagem refletida. Suas órbitas percorreram a roupa que vestia e pensou pela décima vez se estava bom para um encontro. A jaqueta preta escondia o blusa curta de botões, a calça jeans preta tinha alguns rasgos no joelho e em nos pés um tênis. Bufou. Bianca estava achando simples demais. Mas é que não queria ir toda espalhafatosa também. Levou as mãos até os cabelos e ajeitou os fios para o lado. Suspirou. Aquela roupa estava boa.

Sorriu quando escutou a buzina do carro, e saiu do quarto fechando a porta com força. Passou pela sala apressada, deixou um beijo rápido sobre a bochecha de Íris e pediu para que a menina ligasse caso algo acontecesse. Logo estava trancando a porta de entrada, e caminhando até o carro.

Ao entrar no veículo, seus olhos encontraram os de Rafaella e ela instantaneamente sorriu. O perfume doce invadiu suas narinas e a carioca sentiu a enorme vontade de enfiar o rosto no pescoço da morena e se embriagar de seu cheiro.

Não resistiu. Seus braços rodearam os ombros de Rafaella e seu rosto escondeu-se sob o pescoço dela. As mãos delicadas de Rafaella escorregaram por suas costas e ela depositou um beijo sobre a pele de Bianca.

Quando se afastaram, o nariz da mineira deslizou pela bochecha de Bianca e logo sua boca se encontrava com a dela. Os lábios se uniram apenas em um encosto, mas a língua da mais nova pediu passagem e quando conseguiu suspirou sentindo o gosto da garota. Os dedos de Rafaella passaram a segurar o maxilar da carioca, ditando o ritmo do beijo e controlando aquele contato. Lento e molhado. Doce e gostoso.

— Oi. — Rafaella sussurrou quando afastou seus lábios dos alheios. A boca avermelhada e molhada de Bianca lhe fez querer beijá-la de novo.

— Oi... — Bianca suspirou sentindo o corpo tremer. — Está tão linda...

O vestido amarelo de Rafaella fez Bianca sorrir. A cor combinava tanto com ela. Ele era curto e ia até suas coxas, desse modo, os olhos de Bianca puderam admirar a pele exposta de suas pernas.

— Você também está. — Rafaella beijou a bochecha da garota. — Para onde vamos?

A mineira se ajeitou no banco e se preparou para dar partida com o carro. Observou Bianca colocar o cinto de segurança com as mãos um pouco trêmulas. Sorriu internamente. A garota era um poço de nervosismo e timidez.

— É surpresa.

Rafaella riu. — Mas eu preciso saber o caminho para irmos, Bia.

— Oh. — A carioca abriu a boca e suas bochechas se avermelharam instantaneamente. — Desculpe.

— Essas bochechas vermelhas... — Rafaella se inclinou levando as mãos até o rosto da estudante. — Me fazem querer te beijar mais.

— Rafa... — Bianca suspirou sentindo coração palpitar. — Não faz isso.