A Máscara De Adora | Catradora She-ra

Cap 14 - O Precipício

Hey guys!

Desculpem a demora.

Catra Applesauce pov's on

Eu caminhei pelo longo corredor de madeira. Realmente nada havia mudado, nem mesmo os bonecos de porcelana mudaram de lugar. Os lustres velhos e sujos que em tempos antes eles estariam limpos.

Me pergunto a quanto tempo eu estou fora.

Parei em frente a porta do quarto onde eu dormiria. Suspirei fundo até abrir a maçaneta.

Jason.

Foi a primeira coisa quando vi o quarto do garoto. Os livros arrumados nas estantes, os quadros de famosos, os troféus na cômoda, fotos dele com seus amigos nas paredes, sua guitarra favorita.

Tudo ainda estava lá, do mesmo jeito que ele deixou da última vez que veio aqui.

A última para sempre.

Eu deixo minha mala ao lado da porta e me concentro em ver ao meu redor.

Esse lugar me trazia certa angústia, mas confortava o meu coração. De alguma forma, para mim, ele ainda estava alí, mesmo que não fisicamente.

"—Eu estarei com você em qualquer lugar pequena." A forte lembrança veio átona em minha mente.

Cheguei perto de sua cômoda para olhar as fotos dele. Peguei uma da parede e analisei cada detalhe.

O garoto parecia feliz na foto, com os seus cabelos loiros pintados de preto, seus olhos azuis pareciam demonstrar tranquilidade.

Mas saber que nada disso voltaria, me trazia dor.

Fui deixar a foto em seu lugar, até que notei uma caixinha que não estava lá desde a última vez em que fui alí – o que fazia anos –.

A segurei em minhas mãos, parecia leve. Havia alguns desenhos de flores espalhados por ela.

Tentei abrir, mas, logo ouvi a voz vindo da soleira da porta.

— Saudade?– perguntou Jéssica me olhando com um semblante leve.— Eu o escolhi para você. Acho que merecemos isso, não é?

Nada falei, apenas fiquei me silêncio guardando a caixa.

— Eu não tive coragem de desmontar tudo isso.– olhou ao redor.— De alguma forma eu sinto que ele ainda está aqui.

Ela fez Tudo isso, mas não se importou quando aconteceu.

Ela suspirou baixo enquanto encontrava palavras para descrever o que sentia.

Para mim ela ficaria calada para a vida toda.

— Me desculpe.– disse em voz baixa.

Era como se o mundo estivesse parado no tempo para mim. Talvez eu nunca tenha ouvido essa palavra nos lábios rachados da senhora.

— O quê?– falei mais baixo sem fôlego.

— Me desculpe.– repitiu.— Me desculpe por não ser uma boa mãe.– o leve choro foi-se ouvido no cômodo.

Fui pega de surpresa. Nunca achei que isso aconteceria um dia, pelo menos, não desse jeito.

— Eu sei que não mereço o seu perdão.– continuou chorona.— Eu fiz... tantas coisas para você. Nem sei como está aqui hoje.

— Você...

— Não diga nada.– suplicou.

Fiquei calada, em frente aquelas fotos que faziam meu estômago revirar. A senhora se sentou na cama macia de Jason apenas para continuar: