SIMPATIA

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SIMPATIA

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Hongjoong se sentia tonto. Nem mesmo todas as torturas que passou durante sua última missão foram capazes de deixá-lo com tanto medo como subir naquela moto, ele realmente pensou que fosse morrer; principalmente quando Seonghwa pilotava em velocidade máxima, fazendo curvas perigosas e buzinando aleatoriamente para chamar atenção.

Ao descer da moto sentindo suas pernas tremerem e sua cabeça girar, Hongjoong notou que não estava na frente de seu apartamento, mas sim na frente de uma casa enorme e muito bonita, que apesar de não ser uma mansão como a casa de Seonghwa, parecia ser tão luxuosa quanto.

— Pensei que o senhor fosse me deixar em casa. — Hongjoong engoliu em seco, notando sua voz soar tão trêmula quanto suas mãos, ele realmente odiava motos.

— Sua casa é a próxima parada, Byeongho. — Seonghwa riu — Você está pálido, não vai vomitar, vai?

— Não, mas acho melhor pegar um táxi para ir para casa…

— Nada disso, quando eu te levar eu vou ir mais devagar, me desculpa por te assustar. — Seonghwa colocou ambas as mãos nos ombros de Hongjoong, apertando o local antes de sorrir e piscar um dos olhos. — Vou só passar para ver como meu pai está, ele é cabeça dura e não aceita ser cuidado, disse que quer morrer sozinho.

— Que coisa horrível…

— Ele só está fazendo drama para tentar fazer a minha mãe voltar para ele. Se ele quisesse morrer mesmo, não tomaria todos os remédios no horário certo. — Seonghwa riu, abrindo a porta principal com uma chave que estava dentro de sua carteira — Eu vou colocar a moto para dentro, espera aqui.

Hongjoong ficou dentro do hall da casa, olhando ao redor e buscando por câmeras. Haviam três somente ali, o que afirmava suas dúvidas de que o homem estava de olho em tudo, ainda que doente. Park Soohyuk com certeza não era um homem comum.

— Prontinho, vamos lá. — Seonghwa fez questão de segurar o alfa pelos ombros, andando com seu corpo tão próximo do dele, que Hongjoong se sentiu estranho por um segundo.

Para um ômega dócil, Seonghwa tinha muita atitude — não que Hongjoong achasse aquilo ruim, claro que não.

— Tem certeza que eu posso estar aqui?

— Claro que sim. Meu assistente pessoal é quase como parte de mim. — Seonghwa respondeu e puxou Hongjoong contra seu corpo, rindo — Você não é tão pequeno quanto parece… pare de se encolher.

— Eu não faço isso.

— Eu te vi na boate, o jeito que você anda quando você acha que não tem ninguém olhando… Você é realmente um alfa. — Seonghwa olhou brevemente para ele, e Hongjoong desviou o olhar para evitar aquele assunto. Teria que ser mais cuidadoso, porque Seonghwa era muito mais observador do que parecia ser. — Sabe o que eu vi também?

— Não sei.

— Eu te conto mais tarde. — Seonghwa riu alto e entrou em um corredor com Hongjoong, finalmente soltando-o para abrir a porta do quarto onde Soohyuk lia um livro. — Pai?

— Hwa! Está muito cedo, o que veio fazer aqui? — Para um homem de 56 anos, Soohyuk não aparentava sequer ter 40, graças aos genes lupinos que ele carregava, sendo um alfa lupus. — Ainda não estou morrendo, vá viver sua vida.

O Homem balançou as mãos como se estivesse afastando fumaça e Seonghwa revirou os olhos.

— Minha mãe não vai te querer de volta se você ficar agindo assim. — Seonghwa se sentou na ponta da cama e segurou a mão do homem mais velho, que sorriu para si; era possível ver os olhos de Soohyuk carregando uma tristeza genuína, mesmo que ele tentasse disfarçar com piadas bobas.

𝐂𝐇𝐀𝐄𝐁𝐎𝐋 • seongjoong | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora