CLAREZA (Toph)

430 34 4
                                        

Me esquivo dos pedregulhos pontiagudos com uma destreza que surpreende até a mim mesma e aproveito o momento carregado de movimentos para disparar adagas na direção da minha oponente que carrega um sorriso orgulhoso nos lábios

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Me esquivo dos pedregulhos pontiagudos com uma destreza que surpreende até a mim mesma e aproveito o momento carregado de movimentos para disparar adagas na direção da minha oponente que carrega um sorriso orgulhoso nos lábios.

Ela desvia de todos, com passadas desprocupadas e sem usar dobradura.

Toph finge que vai avançar o corpo no minha direção e me concentro tanto para lidar com o impacto que não noto o movimento de suas mãos que declina o chão e me desequilibra.

O impacto familiar do meu corpo contra o tatame já não me abala tanto, por isso não espero muito para me colocar de pé.

-Molenga!-Toph decreta, gargalhando.

-Sem dominação!-Esbravejo enraivecida com seu convencimento.

A capitã não aguarda minha preparação antes de iniciar seus passos arrastados que quase não desgrudam seus pés do chão, me circulando como uma predadora.

Não movo meus pés, decidida a aproveitar descaradamente de sua cegueira, só tiro os pés desse tatame para um ataque certeiro.

Sei que ela não atacará enquanto eu não der o primeiro avanço, então traço meus movimentos e rapidamente os coloco em pratica.

É a minha vez de engana-la, então finjo direcionar uma sequencia de socos pesados que são facilmente desviados por Toph que se curva concentrada.

Sem intervalo, desfiro um chute a cintura da mulher que intercede o ataque com as mãos, sorrindo arrogante.

Com minha perna esquerda presa em suas mãos, ela me dá a abertura que eu precisava. Apoio todo meu peso em seus braços e subo um chute alto. Ela me solta, mas não é rápida o bastante, acerto seu rosto com força medida.

Toph cambaleia, o rosto vermelho pelo impacto, furiosa. Avanço e uso a perna direita novamente, dessa vez para circular minhas coxas em seu pescoço. Poderia mata-la com esse movimento, mas o uso com o único objetivo de derruba-la.

No tatame, as mãos da dominadora estão presas sob o próprio corpo e eu pressiono meus joelhos em suas pernas de uma maneira que a incapacita.

-Quem é a molenga agora?-Sorrio vitoriosa.

Meu sorriso morre quando capto sua respiração pesada. Com os lábios entreabertos, o rosto de Toph está corado pelo esforço. Arfando, seus peitos pressionam os meus além da conta da minha dignidade.

Aproveito o momento para apreciar o rosto delicado que não combina nada com sua portadora, os olhos verde embaciados, quase sempre cobertos ela franja, em destaque. Com a mão livre, termino de desfazer o coque embolado no topo de sua cabeça. Soltos, os fios negros a emolduram como um quadro.

Toph aproveita o momento de distração para nos girar.

-Você.-Ela responde minha pergunta anterior.-Você sempre é a molenga.-Dá um sorrisinho.

Mesmo sendo maior e mais musculosa que eu e mesmo com seu peso sobre mim eu poderia arranjar um jeito de inverter nossas posições, mas decido não me dar ao trabalho.

-O que está fazendo?-Questiono quando seus dedos afilados deslisam pelo meu rosto.

-Te apreciando.-Me responde serena.-Não era isso que você estava fazendo?

Toph passeia os dedos por minha pele em uma caricia, as minhas sobrancelhas, a curvatura do meu nariz, as minhas bochechas, ao meu maxilar e por fim em minha boca. Não consigo me impedir de descer o olha para seus lábios finos.

A verdade é que eu tenho uma queda, lê-se precipício, pela capitã de policia de cidade republica. E até ela, cega, consegue ver isso.

-Você é a mulher mais linda que meus dedos já viram em toda a minha vida.-Ela diz como quem não estivesse fazendo o maior elogio que eu já recebi.

Toph sai de cima de mim e nós duas ficamos sentadas no tatame.

-Odeio a sensação deles nos meus dedos.-Ela diz, passando as mãos no cabelo.

-Mas o deixa solto sempre que não está em serviço.-Comento confusa.-Porque não corta?

-Porque você gosta e eu gosto de sentir seu coração acelerando por mim.-Responde com uma imparcialidade descarada.

-Porque faz isso? Porque ainda passa tanto tempo comigo se não corresponde aos meus desejos?-Questiono por pura curiosidade.

Toph gargalha.

-Eu simplesmente amo o quanto você não se importa em soltar o que sente.-Ela assume.-Mas sobre a pergunta, acho me agrado demais com seu corpo colado no meu para dizer que não correspondo aos seus desejos.

A capitã se aproxima com cuidado e empurra meu corpo para o tatame. Sobre mim, com os cabelos pendendo para um lado ela mantém nossos rostos separados por centímetros.

-Exatamente assim.-Ela diz.-Eu sou a molenga aqui, amor. Porque meu super controle vai para os ares sempre que suas pernas estão entre as minhas.

-Toph...-Murmuro.

-Eu sou cega. Dependo de estímulos sensoriais e verbais para me guiar.-Ela brinca.-Preciso saber, em palavras, o que exatamente você quer.

-Eu quero você.-Digo sem rodeios.

Ela pressiona a boca na minha em um dengo suave e mordisca meu labio inferior.

-Você me tem.-Ela assume.-E já faz algum tempo.

Imagines AvatarOnde histórias criam vida. Descubra agora