Capítulo 10

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Carol

Aquele evento de arte não poderia ter vindo em momento melhor...

Conforme Natália sussurra no meu ouvido, as lembranças daquela noite vão preenchendo minha mente. Ela está certa, aquele evento de arte não poderia ter vindo em momento melhor.

Nós já estávamos a quase uma semana juntas, dormindo e acordando na mesma cama, debaixo do mesmo teto e até bem mais íntimas no que se diz respeito à sexo. Até então, tudo sendo feito com muita delicadeza, como se estivéssemos nos dando tempo para nos conhecer, entender nossas vontades, nossos limites. Mas é óbvio que não negaríamos nenhum desejo, se fosse o caso.

E foi.

— Você me provocou o dia inteiro, Ana Carolina.

Isso é mentira. Na verdade foi Natália quem começou com os joguinhos. Nós fomos formalmente convidadas á comparecer em um evento artístico de um dos sócios do estúdio de Natália. Seria um exposição imersiva e estava marcada para ás oito da noite. Eram sete e quinze e eu estava me arrumando, quando ela saiu do banheiro devidamente vestida. Os coturnos inseparáveis, a jaqueta apoiada no braço esquerdo e ele, o maldito vestido rosê de alcinhas trançadas.

— Acho que vou sem — ela disse, quanto ao casaco — Estou com calor.

Aquilo me petrificou um instante. Acontece que aquela jaqueta era talvez a única coisa que podia manter a minha sanidade. Porque ela cobriria seus braços, seios e costa — todas as partes mais mortais do corpo dessa mulher.

Senti pena de mim. De mim e da minha calcinha.

Olhando pra ela, para aquele decote monumental e os músculos saltando a cada movimento sucinto que ela fazia com sua mão, eu me perdi um pouco no personagem. Não sei se realmente queria ficar sem aquela visão.

— Carol... oi ... Os meus olhos são mais pra cima. 

Foi quando me dei conta de que já estava sob os efeitos entorpecentes de Natália Cardoso outra vez. Eu balancei a cabeça de leve e voltei a tentar colocar os meus brincos.

Eu fui tentar te ajudar e você se aproveitou...

Mentirosa safada. Natália havia se aproximado descaradamente por trás depois de observar o estrago que a sua escolha de roupas me causou. Eu estava em  silêncio, concentrada, quando ela separou os cabelos da minha nuca e sussurrou baixinho:

— Eu cuido disso.

Em seguida se concentrou em distribuir  alguns beijos pelo o meu pescoço enquanto encaixava as tarraxas que estavam faltando nos brincos pra mim.

Minha cabeça já estava tombando para os lados, mas ela não parou até que terminasse o que se propôs. Continuou com os beijos molhados, fazendo questão que eles estalassem bem perto do meu ouvido, me deixando com cada vez mais tesão.

— Natália... — soltei num quase gemido.

As mãos dela, que antes estavam na lateral do meu corpo, foram subindo devagar, passando pela barriga, depois busto, até chegar nos seios onde ela não se absteve de apalpar com vontade. A essa altura, meu corpo já estava completamente á sua mercê.

Mas como eu sempre amei a pontualidade...

A safada simplesmente terminou com os brincos e me deu um último beijo, antes de simplesmente sair andando. Me deixando bamba e exitada para trás.

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