❝ 𝐒𝐇𝐓𝐃 .. ── O mundo colapsou. Após o sol queimar a superfície da Terra, outro problema se tornou alvo de preocupações: o vírus Fulgor. O Fulgor é caracterizado por transformar os humanos que ainda restaram no planeta em seres humanoides canibai...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O ar estava carregado com o cheiro metálico de metal e empoeirado. Cada ruído era amplificado, ressoando em um eco distante. O som de uma sirene ecoou aquela caixa pequena, estava tão apertado ali que não podia se mexer e nem respirar. E se fizesse, o odor sujo impregnava todas as narinas e, obviamente, pioraria ainda mais. Estava escuro, mas com uma luz verde que clareava miseravelmente aquele lugar – se é que podia-se chamar aquele espaço de ''lugar''.
O espaço era robusto, sua estrutura principal construída com aço forte. Sua tampa, por sua vez, era feita de ferro forjado, dando aquele cubículo uma aparência imponente e resistente. Entretanto, o ferro não estava sozinho em sua função de proteção: sobre ele, uma série de telas de metal finamente entrelaçadas eram cuidadosamente fixadas, formando uma barreira quase transparente que permitia uma visão parcial do interior da caixa.
Aquele compartimento minúsculo estava balançando e subindo rápido demais, fazendo caixotes, suprimentos e até animais irem no ritmo chacoalhante. Porém, não eram somente aqueles objetos e os bichos que estavam ali, mas sim, uma garota. Estava inconsciente e ainda com as mesmas roupas de quando foi colocada dentro daquele ambiente espreito, calças pretas e uma camisa branca com mangas longas, estendendo-se até suas mãos.
E cada vez mais a caixa subia, subia e subia. Rapidamente e sem freio. Uma luz verde clareou miseravelmente o lugar e isso fez com que a jovem acordasse e sentisse sua cabeça latejar fortemente, fazendo seus olhos continuarem fechados numa tentativa falha de fazer a dor parar. Direcionou a mão em seu rosto, movendo seu corpo para o lado e ainda sim, pôde sentir a movimentação de onde estava. O chão está tremendo, o que é isso?, pensou quando ouviu o ecoar do alarme ranger e a claridade que estava esverdeada, mudar para vermelho.
E então, tudo parou em meros segundos. O piso não sacudia, os animais estavam quietos, os recipientes sem bater uns contra os outros pelo movimento. E isso fez a garota abaixar sua mão, mas não totalmente, apenas para espreitar o que estava acontecendo. As telas de metal se abriram devagar e com isso, veio flashes de luz acompanhar.
A garota abriu os olhos lentamente, sentindo o sol quente bater em seu rosto. Ela piscou, tentando se acostumar com a luz intensa que invadia sua visão. Por um instante, permaneceu imersa num estado de confusão. Não havia lembranças claras de quem era, seu nome ou o propósito de sua presença naquele lugar. O desconhecido pairava sobre ela, envolvendo-a como uma cortina misteriosa. E foi naquele instante, com seu olhar fixo e após alguns segundos em silêncio ao ver toda a abertura de ferro se concluir, observou um grupo de pessoas olhando-a também.
