❝ 𝐒𝐇𝐓𝐃 .. ── O mundo colapsou. Após o sol queimar a superfície da Terra, outro problema se tornou alvo de preocupações: o vírus Fulgor. O Fulgor é caracterizado por transformar os humanos que ainda restaram no planeta em seres humanoides canibai...
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𝐍𝐨 𝐜𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐚𝐧𝐭𝐞𝐫𝐢𝐨𝐫...
Adara permaneceu ali, perdida em seus pensamentos e lembranças confusas. A voz daquela menininha ainda ecoava em sua mente, clara e reconfortante, mas ao mesmo tempo deixando-a intrigada e perplexa. Ela tentou racionalizar, encontrar uma explicação lógica para o que havia experimentado, mas nada parecia se encaixar.
Por um momento, ela se perguntou se estava ficando louca, se estava imaginando coisas devido ao cansaço e ao estresse da vida na Clareira. No entanto, uma parte dela sabia que aquilo era real, que não poderia ter sido apenas uma ilusão de sua mente ou um simples sonho. Era desconfiada demais para tal, ficando ainda mais por ser a segunda vez que aquilo acontecia.
𝐀𝐭𝐮𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞...
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A noite anterior para Adara não foi nada fácil. Ela até tentou dormir novamente, tentou se acomodar na cadeira fria de madeira em seu ''quarto'', tentou virar-se de um lado para ver se ficava mais confortável — o que não ficou —, tentou novamente para o oposto, tentou esticar suas pernas no chão e ainda sentada, mas fracassou em tudo. E até mesmo não conseguiu esquecer do único som que não podia ignorar em sua cabeça: a voz daquela garotinha em seu sonho. Sem rosto, mas tinha rosto. Sem saber quem era, mas ao mesmo tempo sabia. Sem ter ideia da real importância dela para Ady, mas tinha total noção do significado. Porém, essas informações da clareza e afirmação só eram contidas nos sonhos e não no presente, não no agora, não onde ela estava e se encontrava. Pois toda vez que abria os olhos, o nada vinha e o nada a consumia.
A moça ficou tentando cochilar ao menos por três minutos, mas acabou acordando. Olhava para Chuck dormindo tranquilamente em sua cama, depois teve foco no teto nas pequenas fendas abertas e vendo os raios solares aparecerem calmamente no ambiente. Ela acordou o menino para que ele voltasse ao alojamento tempo antes de Alby perceber a ausência dele no lugar e assim, o rapazinho fez sem hesitar, porém, não antes de agradecer a garota pelo tempo que ficou ali e ter dormido bem durante a chuva e trovões. E ao fechar a porta, Adara sentia um pesar em seus olhos e corpo, mas também em sua mente.
