Homem de preto

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Itália, Florença

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Itália, Florença

O elogio é uma ferramenta poderosa para expressar apreço e reconhecimento pelo trabalho ou pelas qualidades de alguém. Ele pode aumentar a autoestima, fortalecer relacionamentos e motivar a pessoa elogiada a continuar se esforçando. 

No entanto, é importante que os elogios sejam sinceros. Não acho que o elogio do meu pai ajudou em algo, porém achei estranho ele me elogiar por ser uma coisa rara de se escutar dele, mas, ele sempre me olhou diferente.

Às vezes, percebo sinais de bipolaridade nele, pois em um momento está bem e no outro parece que me odeia. 

Fico imersa em meus pensamentos até ver meu pai encostado no carro, com a expressão emburrada. Não sei o motivo de já estar estressado, afinal, mal saímos de casa. Ele olha para as meninas com um olhar de raiva, sinto que vai sair fumaça por suas orelhas a qualquer momento. Depois dirige suas palavras a mim. 

– Entre logo nessa merda de carro, Lauren! − Ele fala, após destrancar a porta.

Vou até o carro e entro me acomodando no assento, Isadora e Layane fazem o mesmo só que no assento de trás. Por que eu sempre sou o alvo da sua raiva? Sinceramente, não faço ideia do que fiz para ser tratada assim. 

Coloco o cinto. Vejo meu pai colocar sua mão perto de minha coxa, as meninas estão ocupadas demais com seus celulares para perceberem a situação desconfortável em que me encontro. Ele toca minha perna e puxa minha saia para baixo.

– Essa saia… – Meu pai diz, e o desconforto me domina. 

– O que tem ela?– Questiono, sem saber o que fazer ou falar.

– Está muito curta, você é uma garota comprometida, não pode usar este tipo de vestimenta, é inadequado, deselegante, além disso, é um desrespeito ao Henry, depois é assediada e não sabe o por quê.

É sério que ele falou isso? 

– Eu já falei que eu vou pegar outra na diretoria, não posso fazer nada se esta era a única disponível hoje – Falo lentamente com o ódio expandindo dentro de mim. Como meu próprio pai pode pensar assim de mim? 

– É melhor que pegue mesmo, está muito exposta. − Diz Layane com atenção no celular.

Estou um tanto quanto chateada, afinal, a saia nem está tão curta, fora que a das meninas está na mesma altura e tamanho. Por que essa implicância toda comigo? 

O trajeto todo de casa até a escola é um silêncio, rompido apenas pelo barulho dos pneus do carro no asfalto.

Finalmente, chegamos na escola, abro a porta do carro, bato-a com toda a força e saio correndo de lá, sem me importar com o que diria depois.

Imediatamente, vejo Mayara e Suzana vindo em minha direção. Meu peito se aperta por saber que já irão começar a falar do meu corpo novamente, e isso era doloroso demais.

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