Itália, Florença
O irritante som do despertador invade o silêncio do quarto, arrancando-me do sono profundo. Bato sobre ele para parar com o barulho chato.
Sento na cama imaginando que vou mais uma vez à escola. Ultimamente não tem sido fácil, tantas atividades, tantos trabalhos, minha mente está a ponto de explodir.Levanto-me da cama com o cansaço correndo pelos meus poros e começo a me arrumar por mais um dia. Penso no que aconteceria se eu faltasse um dia. Mas aí lembro o tanto de atividade que iria acumular, sem falar que a mensalidade é um horror, se bem que isso não é um problema para meu Dad. Enfim. Caminho até o guarda-roupa e pego meu uniforme, deixando-o pronto para vestir. Me dirijo ao banheiro, ainda congitando faltar. Ajusto o chuveiro para a temperatura morna, tomo um banho super relaxante e já não tenho mais vontade de faltar.
Me envolvo na toalha e saio do banheiro, visto meu uniforme, penteio os cabelos e calço o tênis. Ao descer para a cozinha, encontro meu pai desfrutando de seu café da manhã. Sirvo-me de uma xícara de café puro e junto-me à ele na mesa. Após terminar, volto ao banheiro para escovar meus dentes e pegar minha mochila. Na sala, aguardo a chegada de meu pai. Assim que ele aparece, vamos direto para a garagem e direcionamos ao seu carro, logo após entrando.
Me sento no banco de trás, e ao colocar meu cinto de segurança meu pai entra no carro. Meu pai sempre foi uma pessoa difícil de se conviver, eu nunca tive uma conversa com ele sem que acabasse em uma briga. Eu tenho um suposto medo do que ele seria capaz de fazer quando tem crise de raiva comigo.
− Você já está bem grandinha, não precisa sempre sentar no banco de trás. Você não acha? − Meu pai me olha pelo retrovisor interno.
Eu não retruco, e sem que ele perceba, afastei-me mais um pouco de seu assento ficando mais próxima da porta do carro.
− Me responda caralho!
Me assusto com o tom de voz tentando pensar no que devo fazer para não piorar a situação que eu mesma criei. Sem que eu tivesse mais algum tempo para pensar, meu pai pisa no acelerador fazendo com que o carro saísse da garagem.
Tento afastar as lágrimas que insistem em cair, mas para impedi-las, tento me distrair observando as paisagens pela janela do carro.
Vejo que minha distração valeu a pena, até perceber que meu pai tinha acabado de estacionar o carro na estrada da escola. Pego minha mochila, e tento abrir a porta o mais rápido que posso, até perceber que estava travada.
− Não mereço nem um beijo de despedida? − Perguntou.
Sinto meu coração acelerar, se chocando contra meu peito como se quisesse sair. Mesmo com medo e receio, inclino para frente e lhe dou um rápido beijo em sua bochecha e volto para o meu assento.
− já fiz o que você mandou. Agora abre a porta. − Digo ríspida.
− Acho que eu não preciso lhe ensinar bons modos outra vez não é? Acho que você não gostaria de passar por isso novamente.
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Rosas Negras
FanfictionEm meio às paisagens pitorescas da Itália, a jovem Lauren se vê envolvida em um mundo de segredos e mistérios ao cruzar o caminho do enigmático Hades. Contudo, sua jornada a leva para além das fronteiras italianas, desembarcando em terras russas, on...