Min Yoongi tinha planos simples para o último ano da universidade, e se formar como o primeiro da turma e conquistar o coração do disputado Kim Taehyung, eram somente alguns deles. Todavia, o ômega nota seus ideais irem por água abaixo quando se vê...
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Cinco meses antes
— Tem que existir um jeito!
Havia desespero.
Daquele tipo genuíno. Tão claro quanto aquela luz irritante da cadeira do dentista que é colocada da maneira errada num primeiro momento e te deixa cego por um instante ou dois.
Era daqueles desesperos tangíveis, no melhor estilo de "dá pra cortar com uma faca", de tão palpável.
Era o tipo de desespero que fazia Yoongi ter vontade de chorar.
De ódio.
E rir.
De desespero.
Sua irmã tinha uma frase para esse tipo de situação: fazer pole dance na cruz.
Engraçado. Encaixava bem com aquele momento. Com aquela situação que parecia ter saído direto de um pesadelo dos mais terríveis.
Caía como uma maldita luva.
Porque ali, parado de frente para o balcão da secretaria, com aquela beta de meia idade o encarando sem muito interesse por trás das lentes grossas e quadradas do óculos de grau, Yoongi teve certeza.
— Eu fiz pole dance na cruz — verbalizou junto de uma risada frouxa.
— Como? — A mulher piscou, ajeitando o óculos sobre a ponte do nariz de batata. — O que foi que disse?
O ômega apertou brevemente os olhos, balançando a cabeça para os lados afim de impedir que qualquer nova abobrinha escapasse de sua boca outra vez. Era desse jeito que pessoas como ele passavam vergonha e se tornavam motivo de piada pelos corredores, com pessoas apontando os dedos na sua direção enquanto exprimiam risadas baixinhas e carregadas com deboche.
Ele assistiu muitos seriados de adolescentes americanos, tá legal! Sabia do que estava falando.
— Tá nas regras — daí argumentou para fugir da pergunta. — Alfas e ômegas não podem dividir o mesmo apartamento, eles são selvagens. Somos de natureza completamente diferentes.
A mulher bocejou, parecendo muito desinteressada em continuar alongando aquilo.
— Então reclame com o reitor.
Yoongi apontou o rosto para baixo, respirando bem fundo.
É claro que já tinha conversado com a criatura, e é claro que já havia implorado por uma solução para o problema que, aparentemente, não tinha como ser contornado, mas a única resposta que recebeu do alfa feioso foi:
— Infelizmente eu não posso fazer nada, mas vá até a secretaria e fale com a Minji, ela pode dar um jeito nisso.
