06. birds of a feather

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esse capítulo pode conter gatilhos emocionais em relação a questões familiares, então, para sinalizar o inicio da cena que aborda isso, eu deixei a primeira palavra em negrito, assim como a última também.

dito isso, peguem seus lencinhos e boa leitura ♡

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Três semanas antes

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Três semanas antes

— Nós chamamos de glioblastoma multiforme.

Hoseok piscou; as mãos juntas e firmemente presas entre seus joelhos enquanto permanecia ali, sentado na cadeira que não era lá muito confortável do consultório médico.

— Desculpa, acho que não entendi.

Franziu as sobrancelhas, esboçando um sorrisinho confuso que curvou os cantos de sua boca para cima. Tinha ido até ali porque sentia dor de cabeça; às vezes um pouquinho de confusão ou tontura. Raramente um esquecimento ou outro. Mas isso? Não, a médica devia o estar confundindo com algum outro paciente. Às vezes acontece, sabe? Exames se trocam e se perdem o tempo todo.

— O quê... — Lambeu os lábios, sentindo as pernas começarem a tremer sob a cobertura da mesa. — O que exatamente isso significa?

A mulher respirou fundo, deslizando os braços sobre a mesa antes de entrelaçar os dedos. Então sorriu. Daquele jeito que alguém sorri quando está prestes a contar para outra pessoa que, infelizmente, seu ente querido morreu.

Mas Hoseok não tinha nenhum ente querido o suficiente para receber aquele sorriso.

— É um tumor, senhor Jung — explicou com calma, mantendo os olhos atentos e muito escuros sobre ele. — Ele ocorre no sistema nervoso central. O seu cérebro.

Piscou de novo, duas vezes seguidas. Então moveu os olhos na direção da tela do computador quando a médica o virou na sua direção, mostrando a tomografia que ele havia feito cerca de uma hora antes.

Tinha seu nome ali, no topo; a idade também, assim como o diagnóstico.

Glioblastoma multiforme, estágio avançado. Grau: IV.

— O que é essa coisa branca na frente? — Perguntou, usando o dedo para apontar.

— É o tumor. Ele se desenvolveu na parte frontal do seu cérebro.

— E há quanto tempo eu tenho isso?

— É difícil dizer — disse com calma, como se não estivesse contando a alguém que seus dias estavam contados. — Mas pelo tamanho da massa eu diria que dois meses. Dois meses e meio. Ele se desenvolve rápido.

Acenou, sem saber direito o que dizer.

— E por que eu tenho isso? — Voltou a encará-la, e havia algo na mulher que o deixava ansioso mesmo que aquela fosse a primeira vez que a via. — Digo, eu sempre me cuidei, eu nunca nem caí de cabeça então... por quê?

never like this • sope (abo)Onde histórias criam vida. Descubra agora