➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘸𝘦𝘯𝘵𝘺-𝘵𝘩𝘳𝘦𝘦

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— Florence! — Jane exclamou, correndo atrás da amiga que já estava indo embora junto dos outros. Mal ainda estava muito abalada, prestes a cair no choro. — Espere, eles precisam ver!

Florence demorou um pouco para compreender do que ela estava falando, mas quando o fez, correu em direção à Lumière, que também era responsável pelo evento. Quando o homem ordenou, a cortina que cobria um grande vitral foi baixada, surpreendendo a todos. Era costume que os casais dos contos de fadas tivessem uma vidraça em sua homenagem, e aquele era o presente de Ben para Mal, como prova de seu amor.

— Ele ama a verdadeira você, Mal. — Evie sussurrou, agora mais calma. 

— Um amor verdadeiro... — A outra completou.

Uma, enraivecida com a situação, afastou-se de Ben. Pouco a pouco, sua máscara começou a cair. Avançando diante da multidão, com a voz embargada de raiva, disse:

— Mande cobrir aquilo agora mesmo!

— Mas é claro que não! — Lumière exclamou, sentindo-se ofendido.

Quando as pessoas começaram a murmuras, surpresas com a atitude da filha da Úrsula, a mesma deu um sorriso amarelo e tratou de voltar ao personagem que estava encenando.

— Por que não conta a todos o presente que deu para mim? — Ela pergunta para Ben.

— Tenho um pronunciamento! — Ben exclamou. Seus olhos estavam vidrados, como se ele estivesse seguindo cada comando que ela lhe dava. — Uma irá se juntar a corte esta noite como minha lady...

— Filho... — A Fera começou a dizer.

— Agora não pai! — O rapaz exclamou, furioso.

Esse foi o ato que fez Florence concluir sua teoria. Ben jamais gritaria com seu pai de tal forma, independente da situação. A garota aproximou-se de Evie e Mal, que ouviam tudo atentamente.

— E como presente, irei derrubar a barreira de uma vez por todas. — Ele continuou. — Fada Madrinha, derrube-a. 

— Oh, isso está fora de cogitação! — A Fada Madrinha exclamou, surpresíssima.

— Eu sou seu rei! — Ben bravejou.

— Obedeça! — Uma disse num tom ríspido.

— Ele foi enfeitiçado. — Florence disse para os amigos. — Ben foi enfeitiçado!

Uma grande briga iniciou-se a partir desse momento. Uma transformou-se em uma espécie de monstro marinho e Mal, por sua vez, num dragão. Ambas começaram a duelar e algo grave teria acontecido se Ben não tivesse pulado na água para impedir. Por fim, a filha da Úrsula admitiu sua derrota e foi embora, antes entregando o anel que o rapaz outrora havia lhe dado.

Como num conto de fadas, tudo acabou bem. A festa prosseguiu depois disso, com Mal e Ben mais juntos do que nunca. Florence, cansada depois de tudo que havia acontecido. Quando o relógio estava próximo de dar as doze badaladas da meia-noite, a garota decidiu voltar para o dormitório. 

— Ei, para onde está indo? — Carlos perguntou quando avistou-a sair da pista de dança.

— Ter uma longa noite de sono. — Florence suspirou. — Depois do que aconteceu hoje, depois de tudo isso, não vejo a hora de capotar na cama. 

— Quer que eu vá com você?

— Claro! Seria bom ter uma companhia.

Quando ambos desembarcaram do barco, a garota ouvir o celular vibrar dentro da bolsa. Ao pegar o aparelho em mãos, seu sorriso desapareceu no mesmo momento. Ficou em silêncio por um longo tempo, apenas fitando a tela, incerta do que fazer. Carlos franziu o cenho e, inclinando-se para ver quem estava ligando, leu no identificador de chamadas, o nome "Mitchell". 

Antes que pudesse perguntar qualquer coisa, a garota enfim atendeu a ligação. Ela não disse uma palavra e passou os próximos minutos — que pareceram uma eternidade — escutando algo. Quando a ligação se encerrou, seu rosto estava ainda mais pálido. 

— Ele está voltando... — Murmurou, atônita.

— Quem está voltando? — De Vil questionou. — Quem é Mitchell?

Pela primeira vez em algum tempo, Florence exibiu um sorriso. 

— Eu nunca mencionei que tinha um irmão gêmeo?

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 • carlos de vilOnde histórias criam vida. Descubra agora