cap 3- conhecendo os garotos

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Ela acordou pela terceira vez naquele dia, com a cabeça latejando.

Não posso deixar isso virar um hábito.

Ela manteve os olhos fechados, estavam tão pesados que ela estava contente em ficar assim. As vozes altas e zombeteiras dos garotos tinham desaparecido, estava quieto. Ela podia ouvi-los, mas estavam longe. Ela conseguia ouvir gritos, risadas e batidas; como martelos em pregos, talvez madeira sendo cortada. Parecia um trabalho físico pesado.

Eles devem ter me trazido pra cá.

Ela podia sentir um travesseiro sob sua cabeça.

Devo estar naquela coisa de madeira que eles chamam de prédio.

Suas pálpebras pesadas se abriram lentamente, e ela olhou ao redor.

Sim, definitivamente a estrutura de madeira.

O quarto em que ela estava não era grande, tinha duas camas com as cabeceiras encostadas em uma parede, com uma pequena mesa lateral entre elas. Do outro lado do quarto havia um armário e prateleiras, cheias do que pareciam ser suprimentos médicos, pano branco, travesseiros, alguns suprimentos de banho como escovas de dentes e xampu.

Tudo estava misturado e uma bagunça. Na outra parede estava a porta, parecia um pouco torta, mas ainda funcional. No lado oposto à porta, acima de sua cabeça, havia uma janela torta, a cortina afastada, deixando entrar o sol baixo da tarde.

No meio do quarto havia uma grande mesa cheia de lixo, suprimentos de primeiros socorros, bandagens limpas e sujas, alguns copos e tigelas.

Esses garotos sabem limpar? Isso não pode ser higiênico?!

Ela se sentou lentamente, ouvindo passos se aproximando da porta então virou sua cabeça dolorida para a porta. Os passos pararam e dava pra ouvir as vozes agora. Ela reconheceu o sotaque britânico de Newt. Ela pôde ouvir o garoto chamado Alby, ele parecia irritado. E havia duas, talvez três vozes novas. Ela se afastou o máximo que pôde na cama, as costas batendo na parede.

"O que você quer dizer com uma Shanket? Newt você disse uma She-Bean? Tipo... tipo uma garota? Os criadores mandaram uma maldita garota de verdade?" Essa voz era atrevida e parecia ser acompanhada por um sorriso, como se ele achasse que os outros estavam brincando.

Esse cara não estava por perto quando cheguei? Parece que foi um grande evento... onde ele passou o dia?

"Sim, Minho, os criadores, em sua infinita sabedoria, decidiram nos enviar uma garota. Quanto tempo nessa maldita prisão... tudo era igual, as rotinas... nada nunca muda e agora isso." Alby disse, soando muito irritado.

"Nem ideia do porquê. Nada mais mudou, a única outra diferença foi ela e uma pequena caixa com um rótulo para a garota." Acrescentou Newt.

Uma voz diferente; tranquila, calma e firme, "Seja qual for o motivo, ela está aqui agora. O que fazemos com ela? Ela saiu da caixa pior do que qualquer outro fedelho até agora. Seja lá o que os criadores fizeram conosco antes, seja qual for a droga, parecia ter tido mais efeito sobre ela ou talvez tenham-na dado demais. Além disso, ela teve um ataque de pânico ou ansiedade, isso que a fez desmaiar. Ela tinha um corte feio na cabeça que Clint e eu tivemos que costurar."

Ela levantou uma mão e tocou delicadamente sua testa, ela fez uma careta quando uma dor aguda e ardente percorreu-a. Ela soltou um suspiro alto. As vozes pararam. Eles devem ter ouvido ela. A porta se abriu para revelar cinco garotos todos amontoados na porta. Seus olhos se arregalaram, olhando para os garotos.

Ela viu Alby, uma expressão irritada em seu rosto, ele estava com os braços cruzados. Newt deu a ela um pequeno sorriso tranquilizador, as mãos nos bolsos. Havia dois garotos um pouco mais limpos que os outros. Um era baixo, com cabelos castanhos claros, e um sorriso que fazia seus olhos azuis cintilarem. Outro garoto parecia ter um bronzeado escuro, seu cabelo escuro estava raspado curto.

Defender - the maze runner (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora