Rio de Janeiro, uma semana atrás.
_ Eu não entendo! Meus pais literalmente morreram, estou de luto e você vem aqui na minha casa com a porra de uma investigação?! _ grito, meu rosto estava umidecida pelas lágrimas, meu cabelo amarrado em um rabo de cavalo mal feito, e eu usava um vestido longo preto, apresentando meu luto. Wagner, o advogado da família, parecia desconcertado, mas apenas afirma com a cabeça, segurando mais fortemente sua maleta, como se tentasse puxar forças do além para me confrontar.
_ bom, S/n, não tenho culpa, sabe que é tudo parte da burocracia, vejamos bem... _ ele diz ajustando seu óculos sob seu nariz longo. Wagner devia ter uns quarenta anos e estava cuidando dessa família antes mesmo d'eu sonhar entrar nela. Ele era alto, forte e bonito. Soube que ele era muito amigo de meu pai, mas se havia uma coisa que ele odiava era a maneira como meu pai me tratava. Eu conseguia ver isso em seus olhos quando ele gritava comigo.
_ seus pais eram importantes pra esse país. Mesmo que tudo consta que foi um acidente, não tem como fugir do pensamento que possa sim ter acontecido um homicídio._ e porquê diabos procuram a mim como principal suspeita, me diga?! Porque eu sou adotada, porque eu fui deixada pra morrer na droga daquele orfanato, porque eu me envolvi em furtos?! Que merda, meu passado fica no passado. Eu nunca mataria eles, nunca! Enquanto a James, me diz, aquele filho da puta tem muito mais motivos pra matar os pais do que eu. _ digo entredentes, apontando o dedo a ele. _ eu só tenho motivos pra agradecer essa família que me adotou. Eles não eram perfeitos, mas me deram um futuro. Nunca ousaria sequer pensar em machuca-los, quem diria assassiná-los, porra!
_ a partir desse momento eu já estava chorando de raiva e frustração. Wagner suspira, passando a mão entre seu cabelo curto liso, a imagem dos corpos queimados de meus pais surgem em minha mente, causando-me ânsia._ seu irmão queria uma investigação. Se ele fosse realmente o culpado, não acha que ele iria querer tirar os holofotes quanto a isso, S/n? _ ele diz, cruzo os braços, afirmando com a cabeça lentamente. Merda.
_ ou talvez ele queria que os holofotes ficassem sobre mim, Wagner, pra me culpar de uma coisa que não fiz.
_ talvez. Mas eu sei como seus pais lhe tratavam. Eles eram cruéis as vezes...
_ mas em todas essas vezes eu nunca revidei, eu sempre soube que apesar de serem rígidos, nunca quiseram meu mal. Não sou esse demônio que você e todos aqueles engomadinhos pensam que sou. _ ele fica calado, aponto com o dedo em direção a porta da casa. _ vá embora, não quero ouvir suas ofensas, não quero falar com você. Eu só falarei com você assim que eu tiver um advogado. _ o homem apenas afirma com a cabeça, parecia entristecido, até.
_ que fique claro que nunca suspeitei de você, S/n. _ o olho ir embora. Assim que ele sai pela porta, suspiro, mal percebendo que segurava a respiração, me jogando no sofá. Que porra.
Queens, dias atuais - Um dia depois do reencontro.
Rodeio o apartamento andando de um lado pro outro, provavelmente acabaria cavando um buraco ali com meus próprios pés.
O motivo do meu nervosismo? Ele tem nome e rosto bonito. Merda, o passado veio com tudo.
Na real, pensei que nunca mais veria Nathan novamente. Não vou negar que quando voltei pra essa cidade, senti uma ponta de esperança em vê-lo novamente, já que Boston nem fica tão longe daqui. E se há uma coisa que não mudou nele foi o jeito esquisito e ao mesmo tempo fofo e inteligente de ser. E é claro, a beleza. Porquê tão lindo? E porquê diabos fico pensando nele? Não sou mais criança, essa paixonite já devia ter acabado a anos.
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𝗨𝗡𝗖𝗛𝗔𝗥𝗧𝗘𝗗
FanficEm uma perigosa jornada, Nathan Drake e S/n Clark, amigos de infância separados pelo destino, se reúnem após uma década sem entrarem em contato, motivados por uma proposta irrecusável do charlatão Victor Sullivan: encontrar um tesouro perdido e cole...