LOVEHAPPY - KNJ

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Cecília's POV

Anoto em meu caderno os exemplos que o professor diz, a aula era sobre moda feminina através dos anos e como ela se evoluiu para atender as necessidades das mulheres em cada época. Meu celular vibra sobre a mesa e eu o ignoro, estava absorta demais na aula para prestar atenção em qualquer outra coisa.

Conforme o professor fala sobre como as roupas costumavam dar mais volume aos corpos porquê quanto mais volume, mais desejável a mulher seria, meu celular volta vibrar.

— Ou você atende ou põe no silencioso — meu colega Dino se inclina na minha direção para sussurrar. Sorrio para ele pedindo desculpas e pego meu celular o desligando sem ver quem me perturbava durante a aula.

Antes da aula acabar, o professor nos designa a tarefa de desenvolver looks para cada década desde o século XIX até os dias atuais, pode parecer cansativo, mas para mim seria mamão com açúcar.

Assim que ligo meu celular, já no pátio do campus, ele toca novamente, o nome de minha tia Glaucia brilhando na tela, respiro fundo e peço para que meus amigos continuem o caminho sem mim.

— Eu estou tentando falar com você há horas, Cecília — ela diz assim que eu atendo.

— Oi tia, como a senhora tá? Eu estava em aula — tento soar simpática.

Começo a caminhar em direção ao meu refúgio no campus - meu e de outros alunos, uma garagem a céu aberto abandonada que outrora já pertenceu ao curso de engenharia automotiva. Passo por outros grupos e pessoas solitárias e me sento em um balanço improvisado com um pneu antigo, pego um cigarro na bolsa e o acendo começando a tragar.

— Você se inscreveu nos concursos que eu te mandei? — pergunta e eu não consigo evitar revirar os olhos e dar uma tragada mais funda.

— Não.

— Por que não? A oportunidade é ótima, você estaria estabilizada.

— Estabilizada no Brasil, você quer dizer. Eu não quero estabilidade e não quero voltar praí, então não vejo benefícios nenhum — me balanço levemente encarando meus pés.

— Você é muito burra, eu falo porquê quero o seu bem e você fica insistindo em seguir essa vida de rica viajando pelo mundo, não se esqueça quem você é e de onde você saiu, uma hora você vai ter que voltar. Já falei que tem a casa da sua vó, ela sempre te apoiou e vai continuar te apoiando, ela paga a inscrição, é só você voltar a sua cabecinha pro lugar e perceber que sonhos não enchem barriga.

— Minha avó me apoiou tanto que ela quem investiu em mim pra sair de casa, ela quem me mandou seguir meus sonhos, enquanto todos vocês egoístas do caralho queriam que eu ficasse em casa cuidando dela, eu não vou ser a substituta da minha mãe. Minha avó tem seis filhos vivos e mais de quinze netos, vocês podem se virar pra cuidar dela e me deixar em paz pelo menos uma vez nessa porra de vida — desligo a ligação juntamente com o celular.

Namjoon's POV

Estava tentado entrar em contato com Cecília o dia inteiro, havia conseguido uma reserva em um restaurante brasileiro e pretendia leva-la a noite. O celular sempre dava desligado e quando perguntei para Kyung Min se ela havia ido trabalhar, minha irmã disse que hoje era seu dia de folga. Como não tenho o contato de sua prima, decido passar em seu apartamento.

E é aqui que eu estou, preocupado após tocar a campainha duas vezes e a porta não ter se aberto, será que ela havia ido embora? Mas, por quê? Não nos vimos novamente desde que nos beijamos na minha casa umas três semanas atrás, mas temos conversado todos os dias, ela parecia bem e feliz, mas nunca se sabe.