Jardim de Plumeria (MULMYUNGZ)

Capítulo 3: Pétalas

Com os passar dos dias, o estado do Myung piorava gradualmente, mas ele não dizia nada, apenas ficava em silêncio, sofria calado, nem mesmo o seu melhor amigo sabia o que estava acontecendo com ele, mas ele não conseguiria esconder aquilo por muito tempo, não no estado que ele estava.

Jaehyun estava mais magro do que o normal e mais pálido também, Riwoo havia percebido, mas não comentava, eles eram melhores amigos, se o Myung tivesse um problema ele contaria, não é?

Já havia algumas noites em que o garoto não conseguia dormir direito, seus olhos estavam fundos e, algo que ele descobriu em uma daquelas aulas sobre infectologia era que, se o paciente infectado pela Hanahaki passar muito tempo com a pessoa amada, os sintomas pioram em um nível exponencial.

E esse era o problema, Jaehyun via o outro todos os dias e, parecia que ele a todo instante queria mais contato, não importava o quanto o Myung o afastava, ele sempre voltava, parecia algum tipo de cachorro carente por atenção, chegava a ser patético de todas as formas, tanto Jaehyun quanto o Kim.

Uma coisa que Jaehyun havia notado era que as pétalas aumentadas, ele vomitava bem mais do que antes, sua garganta vivia machucada agora, não só pétalas, ele chegava a vomitar rosas inteiras.

Mas o mais estranho era que, ele não conhecia aquela flor, nunca havia visto uma em toda a sua vida, mas ele conhecia alguém que entendia de flores, um alguém que ele não via a muito tempo.

Myung andava pelas ruas frias da grande cidade, mesmo no sol ainda fazia frio, aquele era o poder do inverno, ou talvez fosse porque ele estava muito doente, talvez fosse isso.

Jaehyun parava em frente a uma loja bem simples, era bonita e cheirava bem, era uma floricultura antiga que tinha ali no bairro, Jaehyun conhecia a dona, era uma senhora doce e gentil, ela era educada e sempre tão caridosa, ele tinha um neto, ele tem um neto, Jaehyun e ele eram amigos, ou quase isso, mas essa história não vem ao caso, não agora.

— Há quanto tempo meu filho, entra. — A voz daquela doce senhora inebriava os sentidos, Jaehyun se sentia saudoso, era como voltar no tempo, quando ainda era uma criança. — O que você procura, é para alguém especial.

Jaehyun até sorria, era bom conversar com ela, ela não perguntava de nada, só queria saber de flores, apenas flores.

— A senhora conhece essa flor? — Jaehyun tira do bolso do seu moletom uma flor branca, tão bonita e delicada, tão branca quanto o leite.

A senhora olhava para a flor e sorria.

— Claro meu filho, eu conheço de longe uma plumeria.

"Plumeria"

— Onde você conseguiu essa flor, ela está tão linda, tão bem cuidada, é tão difícil cultivar plumerias aqui.

Jaehyun deu um sorriso bobo, como ele explicaria para aquela senhora que aquela linda flor, há algumas horas estava toda suja pelo seu sangue, pois aquela flora havia saído de dentro dele.

— Eu achei na rua, queria saber qual flor era. E por que ela é difícil de cultivar?

— Ela tem um significado bonito, por isso.

— Qual?

A senhora andava até o balcão e pegava um livro que tinha ali embaixo. Folheava algumas páginas até encontrar o que desejava.

— Aqui, achei.

Jaehyun chegava mais perto para ver o que a senhora lhe mostrava.

— Aqui diz que, as flores de Plumeria não são conhecidas apenas por sua fragrância e beleza encantadoras, mas também por seu significado espiritual. Em muitas culturas, as flores de plumeria são consideradas sagradas e frequentemente utilizadas em práticas religiosas. Por exemplo, no hinduísmo, as flores de plumeria são oferecidas aos deuses, enquanto no budismo, estas flores simbolizam a imortalidade, o conhecimento e a iluminação. Na cultura havaiana, essas flores são usadas atrás da orelha, significando o status de relacionamento do usuário: a orelha direita se for levada, a esquerda se for solteira.