Capítulo 9: Uma flor branca banhada em sangue

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E o tempo passava, horas, dias, semanas e até mesmo meses, as coisas estavam normais, Myung já não sentia dor e nem ao menos se lembrava de senti-las e, era bem melhor assim, sua casa agora vivia limpa. Sem pétalas de uma flor morta manchada de sangue, mas havia algo diferente, desde que Myung voltou daquele hospital ele estava diferente, como se algo houvesse acontecido, não somente a cirurgia, algo a mais, porém Riwoo não sabia explicar e, ao mesmo tempo achava que fosse coisa da sua imaginação, apenas isso.

— Estou tão cansado de estudar, essa semana de prova não acaba mais não? — Myung se jogava sobre a mesa exausto, essa era a quinta prova que ele fazia naquela semana, já não dormia bem e nem comia, apenas estudava.

— Se essas provas não acabarem quem vai acabar sou eu, não aguento mais. — Riwoo completava a fala do amigo, eles sabiam que a vida universitária era difícil, mas aquilo ali era bem mais do que apenas difícil.

— Eu vou para a biblioteca pegar um livro, tenho uma prova daqui a pouco. — Jaehyun pegava a sua mochila e saia deixando o amigo sentado na mesa mexendo em seu celular.

Jaehyun olhava para os lados, todos naquele campus estavam com a cara enfiada em livros, todos com olhos fundos e cansados, cada prova que passava, mais difícil ficava.

Entrava na biblioteca em busca de um livro específico, precisava dele para estudar para a próxima prova e sabia que ali tinha ele, só precisava achar. Rodeava cada prateleira em busca do livro de capa azul, mas nada de achar, quase desistindo de sua busca, encontra ele sobre uma mesa, sozinho, talvez alguém havia esquecido, as vezes acontece. Jaehyun caminhava até a mesa para pegar o livro, mas via uma mochila sobre a cadeira, havia alguém  ali, sentia um perfume doce, tão familiar, mas ao mesmo tempo tão desconhecido.

— Com licença. — Aquela voz não poderia ser confundida com nada nesse mundo, mas Jaehyun não se lembrava de quem era, mas ele conhecia, isso ele tinha certeza.

— Me desculpe, achei que o livro estava livre.

Lee Han não conseguia falar absolutamente nada, era como se esquecesse como se falava aquela língua que ele falava desde quando nasceu, haviam se passado meses, vários meses desde a última vez que o Kim viu o Myung e desde esse dia ele não pode falar com o mesmo, se sentia culpado, com medo, apavorado, só queria se desculpar, mas de que? De certa forma ele não tinha culpa e em momento algum Myung o culpou, jamais.

— Tudo bem?

— Ah, me desculpe, pode usar o livro, já estava indo devolver.

— Muito obrigado, ah, eu me chamo Myung. Myung Jaehyun, prazer.

"Eu sei..."

— Lee Han.

— Acho que eu te conheço de algum lugar.... — Jaehyun tentava buscar em sua memória qualquer coisa que o fizesse se lembrar do outro, mas nada, absolutamente nada. Mas Jaehyun tinha certeza que conhecia aquele garoto, ou pelo menos o seu coração conhecia.

— Acho que não. Com licença. — Lee Han pegou suas coisas saindo da biblioteca deixando o Myung sozinho parado naquele mesa com apenas um pensamento.

Quem é você?

Pegava o seu livro e focava sua atenção toda em estudar, faltava poucas horas para a aula começar e ele não tinha estudado nada. Foleava folha por folha como se sua vida dependesse disso e talvez dependesse mesmo.

Olhava no relógio as horas passando rapidamente, corria para a sala para poder fazer a prova. Entrava na sala sentido o ar gelado bater contra a pele quente, pegava a folha na mão, lia questão por questão, ouvia o tic-tac do relógio, aquele barulho lhe causava incômodo, até mesmo a sua professora andando de um lado para o outro com aquele salto alto fazendo  baralho.

Myung não entendia o que estava acontecendo, mas até mesmo a sua respiração lhe incomodava, o barulho da caneta no papel, o céu azul demais, se sentia tonto, sem ar. Preso. Respirava fundo em uma tentativa fútil de se concentrar e terminar a prova.

Ouvia o alarme soar, o tempo haviam acabado e Myung nem perceberá nada. Pegava a sua mochila e saía da sala o mais rápido possível, precisava de ar, precisava de férias.

— Acabou? — Riwoo perguntava ao amigo que estava parado do lado de fora da sala.

— Achei que nunca fosse acabar. Aliás, quem é aquele garoto? — Myung apontava o seu dedo para o Kim que acabará de sair da sala de aula.

— Ninguém importante, apenas fique longe dele, vai ser melhor para você.

Porque Riwoo falava daquele jeito, quem era aquele garoto e porque Jaehyun achava que o amigo estava mentindo para si?

Havia algo ali que Jaehyun não estava se lembrando e, isso era sobre aquele garoto.

Quem era ele? 

Jardim de Plumeria (MULMYUNGZ)Onde histórias criam vida. Descubra agora