ARES
Tranco a porta do meu quarto me sentindo contrariado e irritado comigo mesmo.
Droga!
Não deveria ter voltado tão cedo dos Estados Unidos, que merda acabou de acontecer? Porque porra aquela mulher... garota estava lá parada pronta para mim? Vestida para ser fodida de verdade?
Meu pau está latejando só de pensar nela, o maldito endureceu no momento que seu cheiro doce chegou até mim e quando meus olhos bateram nela eu senti que meus jeans rasgarião a qualquer momento se eu não me afastasse.
Tiro minhas roupas e me apresso para o chuveiro, se já é um pesadelo resistir a ela quando me olha com aqueles olhos pidões cheios de malícia inocente, usando “roupas de menina da igreja”. Agora a imagine vestida como uma minha nossa senhora do sexo, porra! Gozo em minhas mãos e me amaldiçou por pensar na putinha mirim enquanto o faço. Quando me lembro que o velho chega em três dias aperto meus dentes, eu a odeio tanto, tanto que já pensei em mata-la... mas nunca antes de me enterrar dentro dela até meu pau gastar, e depois desta ordem de pensamento vem o asco e o nojo por desejar uma menina, porque ela ainda é uma menina não importa que tipo de roupa use ou para quantos já abriu as pernas.
Detesto como consigo ver inocência nela apesar de saber muito bem o que faz na surdina, odeio o modo como engana a todos com seu sorriso deslumbrante, mas a muito tempo decidi que sua vida não era da minha conta e por mais tesão que meu pau sinta por ela ainda é minha cabeça de cima que decida em que buraco a de baixo irá se enterrar, então, desde que eu decidi, a uns cinco anos atrás que não a foderia nem que fosse a última boceta da terra eu preciso seguir assim, mesmo que ultimamente o desejo por ela pareça ter crescido até atingir um nível doloroso para mim.
Me visto e depois faço algumas ligações antes de patrulhar a propriedade dando uma olhada nos soldados, não é minha função mas gosto de ver por mim mesmo como estou sendo protegido, e por quem. Conheço os soldados já que eu e meus irmãos escolhemos a dedo os homens que irão ficar rondando nossa casa, onde as pessoas mais importantes para nós estão ( nossas irmãs). Quando chego em casa já está escurecendo.
— Se ela descobrir que você anda fazendo isso, vai te matar. Digo parado olhando o alvoroço no meio das Palmeiras e logo Atlas sai do meio das plantas verdes, a cara fechada, fedendo a cigarro.
— O que você quer, pirralho?
Ele pergunta pegando um pirulito do bolso das calças e o desembrulhando antes de o colocar na boca, sua mão ainda se move até o bolso na frente do seu peito e pega uma garrafinha de vidro, borrifando perfume em si mesmo.
— Você é nojento... Murmuro.
— Tudo bem, agora me diga algo que eu não saiba, como o porquê de estar me caçando, cadelinha da morte? Serro meus dentes.
— Se me chamar de cadelinha da morte mais uma vez vou dizer a Éris que você continua fumando, e que é um maldito mentiroso caminhando em direção a uma porra de câncer de pulmão.
— Não seja idiota, ela vai fumar também, foi para impedi-la que prometi parar. Rosna e dou de ombros.
— Vocês permitiram que ela fosse iniciada e que trabalhasse para nós, na minha opinião isso é pior do que um cigarrinho.
— Você sabe o porquê de deixarmos ela ser iniciada, e quanto a trabalhar para nós... em se tratando de soldados tem assuntos em que Éris é realmente a mais competente. E ela teve sucesso descobrindo alguém que tem informações sobre os ataques. Disse começando a andar em direção a entrada da casa, fazendome segui-lo.
— Foi por isso que você me ligou mais cedo?
— Não, Zeus pediu-me para marcar uma reunião do conselho, por isso liguei, mas já que estamos falando sobre os ataques e os desvios... Preciso que pegue e interrogue nosso cara, Éris tem os dados do homem. Entramos e paramos no saguão de entrada.
— Certo, mas não preciso desse cara para saber que alguém está vazando informações, o modo preciso como atacaram a carga de terça feira, ou como roubaram nossos fornecedores de armas... Meu irmão assentiu.
— Sim, mas se for um traidor não é um soldadozinho qualquer...
— Oi caras! Nos viramos para um Apolo sorridente.
— Apolo, que bom que está aqui já estava achando que teria de caçar você pelos bordéis da cidade. Atlas resmungou.
— Mano, a abstinência é a responsável por seu mau humor ou devo deduzir que a falta de sexo predomina neste assunto? Atlas deu de ombros,
— preciso mesmo transar mas você precisa dar um tempo nisso irmãozinho, tanto sexo está acabando com seus miolos, que aliás não são muitos. Que ideia foi essa de foder a esposa de um dos Capí? Apolo ficou sério.
— Eu não sabia quem era, juro, a mulher vive me perseguindo e sempre a recusei mas neste baile eu estava todo chapado e todos os convidados mascarados, não a reconheci.
— Sei, — o modo como Atlas diz isso não convence ninguém — você tocou na mulher de um homem, seja ela puta ou não você envergonhou um homem, acho bom estar preparado para o que vier depois.
— Eu sei — ele enterra os dedos entre os fartos cachos dourados — porra, maldita traiçoeira! E o pior é que nem me lembro da foda. Balanço a cabeça sem acreditar no baixo nível do discernimento de prioridades do meu irmão, recebo seu dedo médio em resposta a minha desaprovação.
— Pare de foder qualquer coisa que respire e talvez você não se meta em tanta encrenca assim. Ele suspira parecendo cansado.
— Você não sabe de nada, Ares, não preciso que respirem... Nesse instante a porta é aberta e uma Afrodite risonha entra seguida dela, porra! Vinha tentando esquecer sua figura parada na escada e ela me vem mais tentadora do que antes? Despenteada, amassada e descalça... Ela me faz pensar em pós-foda e meu pau se agita enquanto minha mente me faz questionar se era isso o que estava fazendo enquanto minha irmã acobertava. Aperto meus punhos com raiva, vou pedir um relatório aos homens que as levaram.
Seus olhos vagam pela sala até pousarem em mim e o modo como suas pupilas se expandem ameaça minha sanidade de um modo ridículo para um homem como eu que deveria ter o controle como sombra...
— oh, caralho! A reacção de Apolo me tira da névoa em que a pequena pedra me jogou.
— O que fizeram com você, principessa? Ele parece realmente consternado, ela guarda as mãos nas costas junto com os sapatos vermelhos que está segurando e ergue o rosto para ele.
— Você não gostou? Pergunta tímida, meu irmão passa seus olhos por todo seu corpo, e de repente algo estranho acontece, quero bater em Apolo. O que não é de todo estranho, o imbecil sempre faz algo digno de socos mas nesse momento não sei bem como ele aprontou comigo, só sei que estou muito irritado com ele.
— Não, você está horrível! Ele diz já se encaminhando para ela e a tomando em seus braços, ela solta uma doce e baixa gargalhada.
— Ótimo! Eu teria de rever meu visual se você gostasse, longe de mim te agradar. O modo como os dois conversam, percebo que sua intimidade me deixa mais furioso, comigo ela é toda gaguejos mas com esse idiota não parece ter problemas em falar... Deus, estou sendo ridículo! Paro de andar e me apercebo que estava caminhando em direção aos dois, concentro-me em meus arredores e noto o olhar curioso de Afrodite e não perco o de Atlas que é indecifrável. Viro-me para a saída,
— vou falar com Éris. Digo e saio antes de me parecer mais com um homem idiota e irracional. Foi por isso que fiquei fora por três meses, ficar aque, perto dessa ninfeta sedutora não estava funcionando para mim, então pensei que um tempo longe ajudaria, só para descobrir que não ajudou em nada. Meu problema não é só o facto dela ser uma criança se comparada a mim, quase doze anos de diferença, mas a pessoa para quem ela abre as pernas também. Posso ser um escroto filho da puta mas algo em que não vou me tornar é parceiro de boceta do meu progenitor.Cinco anos atrás
A noite estava mais quente que o inferno, o ar condicionado deu problema, meus lençóis pareciam ter sido estendidos em agulhas, nem as janelas abertas estavam resolvendo. E eu não podia dormir. Levantei-me da cama e sai do quarto indo até a cozinha tomar um pouco de água gelada. Depois de me refrescar decidi que iria na piscina, um banho gelado me ajudaria, e o melhor caminho seria sair pela alla dos empregados já que a porta que leva para fora está trancada. Caminho pelo corredor que leva aos quartos, mas logo meus sentidos pegam o som de passos, contínuo caminhando mas paro ao perceber a grande silhueta que sai do escuro se aproximando da fraca luz que vem do cómodo atrás de mim. O homem esguio e forte não para de se mover, seus passos nem vacilam quando me nota. Observo seus cabelos despenteados, suas roupas amassadas e percebo o movimento das suas mãos ao fechar o zíper das suas calças. Nossos olhares se chocam mas a frieza de seus olhos negros como os meus não me dizem nada.
— Ares.
Ele me cumprimenta passando por mim.
— Velho... Respondo sua saudação e decido não perder tempo pensando qual das empregadas meu progenitor está comendo. Dou mais alguns passos e noto a claridade advinda de uma porta entreaberta, quando me aproximo não consigo impedir meus pés de frearem. Como se convocada por minha presença na porta a garota aparece na fresta, segurando a porta, distraída, como se fosse a única pessoa que morava na casa ela estava praticamente nua. Seu rosto não estava virado para mim a sua frente, ela olhava para a parte inferior da porta, a testa franzida, vestindo apenas uma lingerie, não usava sutiã e nem precisava já que no lugar de peitos tinha apenas uma pequena saliência naquele espaço.
Seus cabelos castanhos estavam amarrados em tranças, seu rosto, colo e ombros eram salpicados por sardas, ela era completamente reta e pequena, muito pequena. Se eu não visse a superfície meio plana no meio de suas pernas ela poderia facilmente passar por um garoto, seu corpinho ainda parecia o de uma menininha... Um repentino reboliço em meu estômago me deixou enjoado, enojado, nunca esperei muito do velho mas respeitar um ser inocente, uma criança... eu achei que o monstro poderia fazer pelo menos isso. A garota finalmente ergue seu rosto e olha para frente dando um pulinho para trás ao me ver. Ela fechou os olhos ao me reconhecer, o modo como respirou fundo, parecendo aliviada ao me encarar me desconcertou. Ela não sabia que deveria se apavorar ainda mais?
Ninguém lhe ensinou a fugir dos monstros? A se esconder deles, evita-los ou chamar pela mamãe quando avistar um?
Suas mãos no peito e rosto sereno me diziam que não. Ela tinha um olhar sonolento e cansado que eu não havia notado enquanto olhava para baixo. Me surpreendeu sua falta de vergonha ao não se cobrir na minha frente, permanecendo só de calcinha, parece que o velho aliciou a garota do ponto do sem voltas.
Desde quando vem acontecendo essa merda? Quando meu pai começou a se enfiar na cama dessa criança?
Ela nem deve ser mais velha que Afrodite, como alguém pode descer a esse nível?
E o mais importante, que merda eu faço com essa informação?
Não sou nenhum herói ou tenho experiência em assistência social, não é do meu feitio me meter nos assuntos dos outros. Sim, ela é menor de idade, mas houve um tempo em que as pessoas casavam-se com a idade dela e tudo dava certo... Não que eu apoie ou vá fazer igual mas também, eu não preciso fazer nada por ela, afinal, de que adiantaria? Não é como se esse ato fosse me redimir dos meus pecados, pelos quais, aliás, não estou querendo perdão ou redenção. Eu gostei de cometer cada um deles, não sou hipócrita. Me enoja saber do baixo que o homem que forneceu esperma para minha concepção pode descer mas eu não estou tão acima assim dele...
— Deseja alguma coisa, Ares?
Sua voz doce e juvenil me trouxe de volta a ela. Ergui uma sombrancelha por sua pergunta aparentemente inocente, mas o facto dela estar praticamente nua me impelia a ouvir o duplo sentido por de trás delas. Giovanni Di Castiglione deve se sentir satisfeito com esse feito, aliciar uma menina da faixa etária de sua própria filha ao ponto de tranforma-la em uma puta mirim, sua puta... Será que a mãe dela sabe disso? Talvez seja cúmplice, já que a mulher é ousada o suficiente para colocar o chefe da Cosa Nostra como padrinho de sua filhinha, acobertar ou enfia-la na sua cama deve ser a parte fácil. Pareço frio ao pensar assim? Isso é porque sou. Essa garota não é nada para mim para merecer minha compaixão ou ajuda. Seu rosto sonolento e cansado não demonstra nojo, pavor, um silencioso pedido de socorro ou qualquer tipo de reacção típica de vítimas de abuso. Pelo contrário, ela parece curiosa e sonhadora, muito sonhadora, seus olhos são espertos, gulosos e atentos a tudo.
Ela não parece alguém que esteja odiando a experiência de ser fodida por um velho com idade de ser seu avô, que a favorece se comparada a outros empregados e a inclui em cada maldita atividade da família, como se também fizesse parte dela... Não, ela não precisa de ajuda, e eu não quero ajudá-la. Não sou um maldito herói e não ajudaria o futuro lixo de meu progenitor. Meus olhos esfriam e meu rosto se converte, mais duro que o normal.
— É senhor para você. Você não é ninguém para usar meu nome. Minha voz era fria como o Ártico, seus ombros encolhidos e olhar arregalado foram a resposta de que meu recado havia sido passado. Eu não ia querer aquela buceta, nunca iria querer os restos de Morte...
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♠ARMAGEDDON♠
ChickLitArmageddon * O deus da guerra tem seu confronto com Vittoria. Ele luta contra seus desejos e utiliza todas suas armas no decorrer dessa batalha, mas sua adversária tem sua própria força, uma força diferente da dele mas nem por isso menos poderosa. ...